Divulgada a greve de funcionários das empresas estatais de energia, a CUT assumiu, uma semana antes, o apoio ao movimento com desusado tom agressivo contra Dilma. Nunca antes no reinado do PT a frente sindical do partido teve esta atitude. Com Lula, só se via afagos.
Li outro dia um colunista dizendo que o comportamento dos cutistas ‘transmite a impressão que existe algo político nesse posicionamento’, o que é correto, pois a CUT é orientada pelo ‘companheiro’ José Dirceu.
Em Brasília, onde os olhos e ouvidos dos analistas são maiores do que os nossos, especula-se que esta esquisita defesa da CUT à Federação Nacional dos Urbanitários – que não ocorreu com nenhuma outra classe –, é o preparativo de uma mobilização para pressionar o STF no julgamento do Mensalão.
O diabo é quem duvida disso… Por que vigoroso abraço nos urbanitários, se não deu importância (que seria obrigatória, para não dizer especial) à greve dos professores das instituições federais? Porque não se solidarizou com as 132 categorias de servidores de braços cruzados reivindicando o reajustamento salarial?
A resposta está na marcha dos funcionários grevistas em Brasília, com o enterro simbólico de Dilma. Os atentos pelegos lulo-petistas aproveitaram-se disso para assestar as baterias contra a Presidente, visando conquistar a simpatia dos grevistas à manifestação pró-Dirceu.
Calcula-se em 150 mil o número dos servidores do Executivo de braços cruzados. Com ação ativa, ocupando a Esplanada dos Ministérios, onde acamparam desde a semana passada.
Mesmo sofrendo intensa repressão governista, criticados até de dentro para fora, os professores de nível superior dão exemplo de organização, assumindo a vanguarda do movimento geral. Estes não serão manipulados pelos pelegos da CUT.
O acampamento no centro de Brasília dá visibilidade aos controladores o poder, seja, o tal ‘Partido dos Trabalhadores’ que nada faz pelos trabalhadores, e sim governando para os banqueiros, construtoras, montadoras transnacionais de carros, corporações industriais, e até para os parceiros populistas da Bolívia, Equador e Venezuela.
Pela sigla, acreditou-se um dia que atenderia ao proletariado brasileiro. Ledo engano! Como não pode romper a legalidade democrática da greve, dá-lhe as costas, choramingando a crise econômica que Lula desdenhou, sem nada fazer, e que Dilma dança no mesmo ritmo.
O que se vê no Planalto é aquele jogo infanto-juvenil das cadeiras, onde a música toca com os parceiros girando em torno do assento, e, quando a música pára, falta uma cadeira para um deles. No caso, quem está de pé é a ministra Belchior, com ferrenha oposição aos grevistas.
Quando ficar ‘queimada’, virá a cara-de-pau Ideli das Lanchas, locupletada na cavalgada das amazonas que invadiram o Palácio do Planalto. E depois outra mais, talvez Gleise, que anda encaramujada com medo das reportagens investigativas em seu encalço.
Enfim, assiste-se ao espetáculo de incoerência e sem-vergonhice. A formação educacional e o nível de informação dos paredistas não aceitarão os argumentos econômicos enganosos de um governo cujo cofre está arrombado.
Não passa despercebida a ninguém a gorda distribuição de dinheiro para consultorias e empreiteiras, nos ‘empréstimos’ do BNDES – que chegaram a R$ 360 milhões para a pobre Volkswagen –, além das isenções de taxas e impostos para setores da predileção dos governantes. Para não falar dos odientos ‘cartões corporativos’.
Tenho engrossado o movimento ‘Acorda Brasil’ na Rede Social, sem acompanhar o aplauso fácil da platéia formada pelas tropas de ocupação do PT; mas gostaria de gritar “Acorda Dilma!”.
Sinceramente, eu gostaria de ajudá-la a conscientizar-se da importante função que assume na Presidência da República. Lembrando-lhe que a História a julgará.
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