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Artigo do fim de semana

Nunca antes neste País a mentira foi tão consagrada

MIRANDA SÁ ( E-mail: mirandasa@uol.com.br )

Lula da Silva está voltando para os refletores da mídia que ele às vezes adora e outras combate ferozmente. Com ele, a gente vem confirmar que nunca antes neste País a mentira foi tão consagrada…

O retorno, no programa do Ratinho – honestamente – me pareceu matéria paga, pela montagem do cenário televisivo e a preparação emocionalista para alcançar a transmissão radiofônica. O engraçado é que para impressionar o seu público, Lula não precisa disso, pela sua experiência política para enfrentar auditórios e o seu inegável carisma.

Mas o programa do Ratinho foi montado como uma peça teatral de circo mambembe. Teve flashes do filme bajulador ‘O filho do Brasil’ e depoimentos emocionados de bolsistas da ação populista do PT-governo.

A esmerada seleção das perguntas foi feita sob medida para realçar os problemas de saúde e a biografia do ex-presidente. Até o ato de dispensar a muleta para entrar em cena teve uma marcação dramática.

Registre-se que após oito anos de maciça campanha publicitária de culto à personalidade e aparelhamento partidário da administração pública, criou-se uma claque espontânea para aplaudi-lo. E então Lula deve ter emocionado seus seguidores pouco exigentes do caráter e da ética política que exerce.

Usou-se também a manjada ‘vitimologia’ que teria impressionado a audiência se ele não tivesse mostrado o seu temperamento personalista e arrogante ao declarar enfaticamente que “Não vou permitir que um tucano volte à presidência do Brasil”.

Felizmente há milhões de brasileiros vacinados contra as bazófias de Lula e tantos outros que não acreditam nele. Aliás, como escreveu Jorge Brennand, que “acreditar no Lula ultrapassaria o limite da ingenuidade, seria burrice”. E citou, rebatendo, Nelson Rodrigues: “uma monumental burrice”.

Como estamos em época de Mensalão por vários motivos, mas, principalmente pela embrulhada da chantagem sobre o ministro do STF Gilmar Mendes, juntando como ‘tapia’ o conhecido Nelson Jobim, não será demais pesar-se o hábito de mentir de Lula.

Recordemos que ele tem duas versões para o ladroísmo dos seus comparsas do PT: Logo que a bomba estourou, ele defendeu a tese de que o ato abominável da quadrilha de Zé Dirceu tinha como explicação o ‘caixa dois’ do partido. Quis, assim, minimizar a corrupção como um fato habitual, quase vulgar no cenário da política nacional.

Depois de algum tempo, amenizadas as pressões sobre o seu governo, a interpretação tornou-se agressiva, desmentindo o fato e acusando a ‘oposição’ e a ‘imprensa golpista’ de terem montado um artifício para derrubá-lo.

Saindo do segundo mandato, glorificado por ter elegido um poste para sucedê-lo, o Pelegão passou a trabalhar incansavelmente para reescrever a História, principalmente o capítulo dissimulado do Mensalão, cuja veracidade é indiscutível.

Dizem que essa desairosa tarefa é por conta das ameaças de Zé Dirceu de arrastá-lo consigo para a rua da amargura. É talvez o medo de ver ruir o castelo de areia que ergueu em torno de si que o leva a jogar todas as fichas sobre a mesa.

Assim apela para a chantagem. Fala-se muito do caso Gilmar Mendes. Mas Gilmar não foi nem é o único. Na própria conversa dos dois, testemunhada pelo farsante Nelson Jobim, Lula citou que acionaria Sepúlveda Pertence para ganhar o voto da ministra Carmem Lúcia e ordenou ao também ministro José Dias Toffoli que não se declarasse impedido, como anunciara fazê-lo.

Lula quer adiar o julgamento do Mensalão para evitar a presença dos ministros Carlos Ayres Britto e Cezar Peluso, às vésperas da aposentadoria, e já encostou na parede o relator Joaquim Barbosa, chamando-o de “complexado”.

Eis a saga do grande mentiroso que é Lula da Silva. Um mentiroso multifacetado, pois é também chantagista, extorsionário e usurpador.

Miranda Sá

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