Uma imensa tristeza invade o coração deste antigo defensor da escola pública, ao receber na avaliação do Ideb sobre a qualidade da educação brasileira dados que mostram o apartheid do ensino público e privado.
Não fui um teórico como defensor da escola pública. Não apenas sonhei com Darcy Ribeiro e lutei com Brizola pelos Cieps, verdadeiro e talvez único caminho para a conquista de uma autêntica justiça social; mas incentivei meus cinco filhos a buscar nas escolas técnicas (onde estudei) a formação educacional.
Um dos princípios que me leva a combater o populismo do lulo-petismo é justamente a constatação de que a esmola de hoje não formará o cidadão de amanhã, e sim uma educação de boa qualidade. É aquele ditado antigo de não dar o peixe, mas dar a vara e ensinar a pescar. Como fazem na nova Ásia.
Até o tão criticado socialismo real que tivemos na experiência soviética não desprezou o ensino público como fazem agora os socialisteiros da pelegagem que tomou o poder no Brasil.
Por isso continuo lutando. Tenho no senador Cristóvam Buarque um interlocutor de primeira. Discutimos muito, e não deixo de criticá-lo quando insiste na defesa de salários para professores equiparados federalmente, numa isonomia que pune os mestres vocacionados para a formação dos jovens.
Considero que a decadência do ensino médio se deve em grande parte à falta de professores preparados para isto. Pesa tanto no prejuízo quanto à politicagem que dominou por muitos anos as estruturas estaduais do ensino e ainda hoje controla (até através de sindicatos!) a rede de ensino público na maioria dos estados.
Evidentemente que a culpa está atrás, no efeito de preparar os professores sem aquela vocação instituída nas escolas normais para o ensino básico e nas faculdades de filosofia para o ensino médio. As nomeações deviam-se a cabos eleitorais, às vezes de pessoas tão despreparadas que não resistiam a um ditado.
Isto não se via antigamente no ensino federal, razão da qualidade dos professores das escolas técnicas – que mudam tanto de nome como a gente troca de cueca. Para se nomear um professor é preciso distinguir o seu caráter geral, para não permitir que um aluno saído da escola pública tenha uma defasagem de três anos com um colega que completou o curso numa escola particular.
Será que isto é uma constatação pessoal? Que ninguém enxerga o que está se fazendo com os filhos do povo que não teem condições de pagar pela sua educação? Será que os letrados deste país não veem que não é o Bolsa-Família que vai libertar o Brasil da miséria e da ignorância?
O estados, municípios e agora a própria rede federal, o ensino público registra um pífio aproveitamento do alunado, principalmente nas provas de português e de matemática. E o triste é ver-se que além da desigualdade com o ensino privado seja gritante, ambos caíram nos níveis pesquisados pelo Ideb.
Então temos um fato curioso: se o método de ensino ministrado pela escola particular está três anos na frente do que ocorre na escola pública, a má formação dos jovens brasileiros abrange o todo nacional. E como isso, vale mais uma pergunta: O que ocorrerá daqui a dez anos?
Da minha parte, a projeção é clara. Vamos perder a corrida econômica do desenvolvimento de qualquer desenvolvimento adjetivado pelos arautos do novo socialismo, o socialismo das esmolas. O “Tudo pelo Social” só tem validade se der tudo pela escola pública, gratuita e de qualidade.
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