Seria enfadonho historiar as origens do Partido dos Trabalhadores e a sua original proposta de restaurar a organização socialista livre do policialismo e da burocracia stalinista. É pena que – como na Revolução dos Bichos (a genial fábula de George Orwell) – os porcos se humanizaram, submetendo a massa dos outros animais a ferozes cachorros amestrados.
O novo capítulo da trajetória do PT – ainda não o último – lembra o genial Machado de Assis numa das suas páginas de melhor apreciação crítica ‘O Segredo do Bonzo’, conto que vem no livro ‘Papéis Avulsos’.
Machado, com elegante artifício, recorre a um simulado texto de um personagem de ficção, o aventureiro português Fernão Mendes Pinto, que narra experiências vividas no reino de Bungo. Dali, o genial escritor tira, com fina ironia, o exemplo de como as massas são facilmente manipuladas numa sociedade alienante, por oradores medíocres e arrogantes.
É desse jeito que vejo o Reino da Pelegagem substituindo enganosamente o regime que um dia seria a esperança dos patriotas brasileiros. Nele, o partido controla o governo, pelegos dominam o partido; intelectuais que sobraram assumem um falso obreirismo; e, a escumalha carreirista, ombrea-se com o bloco dos anteriormente combatidos 300 picaretas do Congresso Nacional,
Não preciso dizer que a isonomia politiqueira do arrivismo com os parlamentares corruptos arrastou até as organizações de massa dirigidas por frações stalinistas do PC do B como se vê no triste exemplo da UNE.
Não será necessário um plano “B” para escapar do lamaçal de corrupção que como um tsunami ameaça arrasar a metade do Brasil patriótico, porque os outros 50% do PT já estão sob o domínio da mediocridade, onde surfam os paus mandados e mercenários provocando e ameaçando os dissidentes em bloguinhos e artiguetes.
O fundamental para a catástrofe que se aproxima é a ação dos alto comissários aparelhados na administração pública a serviço do partido. E não há um modelo mais completo do que o pelego-secretário-geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, com entrevistas que mais parecem informes do “partido interno”. Para os entendidos, ele é o alter ego do “ex” Lula da Silva junto à presidente Dilma Rousseff.
Carvalho é a transcendência corporal que encarna Lula no Palácio do Planalto. Sabe-se que, embora no limbo, o “ex” nunca desencarnou da Presidência, como diria um espírita… É “elle” quem mantém o coito dos corruptos e corruptores na administração federal.
Em meio ao escândalo que envolveu os principais departamentos do Ministério dos Esportes, o Dnit e a Valec, foi Lula quem inspirou a imoral intervenção de Gilberto Carvalho tranqüilizando os “companheiros” ao garantir que a “faxina da Dilma” não os alcançaria.
Os dirigentes petistas querem e gostam disso: um ministro ordinário e vulgar baixando as palavras-de-ordem de orientação às bases. Assim surgiram as negativas de uma possível contradita entre Dilma e Lula e novas acusações à imprensa (a imprensa é sempre a culpada) de inventar um afastamento entre o “ex” e a “atual”.
Dando assistência governamental-partidária à tendência majoritária do PT, “Partido que Muda o Brasil”, Carvalho levantou aritmeticamente que, numa escala de zero a 100, ele aposta que é zero a possibilidade de haver uma crise entre a presidente Dilma e Lula.
Ora bolas! O que é que o Brasil e os brasileiros teem com isso? As contradições internas de um partido que traiu os seus princípios e mergulhou no pântano da mediocridade é um problema deles.
Fazendo ficção na “Revolução dos Bichos – O Retorno” projetamos que, numa briga pelo poder entre os porcos humanizados, vencerão os que treinaram os cachorros para atacar os divergentes da orientação do Chefe.
E a orientação do Chefe é desacreditar Dilma, do criador investindo contra a criatura. Dessa maneira agiu Gilberto Carvalho ao dizer que Dilma não demitiu Alfredo Nascimento, foi o ex-ministro que se demitiu… Vemos claramente que um dos dois mente; a Faxineira ou o Porta-voz…
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