Com tradicional elegância, para muitos um modelo do jornalismo impresso, o Estadão – há quase 700 dias sob censura prévia – diz que a reação da presidente Dilma Rousseff sobre os documentos ultra-secretos do Estado é um “zig-zag”. Às vezes ela é a favor, às vezes contra.
Eu diria, em linguagem popular, que Dilma não passa de uma “maria-vai-com-as-outras”, em vez da “Gerentona” apresentada aos eleitores brasileiros no ano passado. Com isso, constatamos um segundo estelionato eleitoral do PT, para conquistar o poder político no País.
Pressionada por José Sarney e Fernando Collor (quem diria!) e aconselhada por Nelson Jobim e Celso Amorim (má companhia), Dilma recuou da posição que assumiu, quando chefe da Casa Civil, como voto vencido contra o projeto que Lula mandou para o Congresso mantendo arquivos do Estado em segredo indefinidamente. Nesta segunda fase, declarou-se publicamente a favor da manutenção eterna dos sigilos.
Indo à guerra, ficou sob o fogo cerrado de respeitáveis entidades representativas da sociedade civil, da imprensa, Procurador-geral da República, de significativas tendências do seu próprio partido, e, se é que vale alguma coisa nos nossos dias, o repúdio da opinião pública.
Aí não suportou os protestos. Mostrou sem subterfúgios sua insegurança e vacilação, desviando novamente a rota anterior, insinuando que acatará qualquer decisão tomada pelo Senado, seja favorável ou contrária ao segredo perpétuo.
Ficou em cima do muro de onde, sem o menor constrangimento desceu, para outro degrau de sigilo, o de esconder os gastos com os serviços e as obras previstas para a preparação da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas em 2016.
Para negar à Nação a aplicação do dinheiro público num sistema sob suspeita mundial comandado pela FIFA, Dilma pulou do zig-zag do acesso a documentos oficiais para a linha reta da subtração de informações na contratação de serviços e obras públicas.
A Medida Provisória que trata o chamado Regime Diferenciado de Contratações (RDC), que estabelece regras especiais relacionadas com a Copa do Mundo de 2014, dando ao governo poderes para esconder o valor estimado para cada empreitada sujeita a licitação…
Uma emenda de fim-de-noite nessa MP tornou-a ainda mais imoral. Foi apresentada por deputado petista, legalizando a concussão, permitindo o peculato governamental e o assalto ao Erário, tudo sigilosamente… A coisa ficou tão imoral que até o velho leniente com a corrupção, José Sarney, ficou contrariado.
Dilma, em defesa dos seus “consultores” não tergiversou desta vez. Determinou ao núcleo do salto alto, Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Miriam Belchior (Planejamento) para amansar os contestadores, suavizando o texto da MP…
Essa intervenção ministerial, ao meu modo de ver, foi pior, por que realçou com a sua confusão a interpretação ambígua do texto e a falta de clareza com relação à lacuna dos valores de referência dos serviços e obras não só para a Copa/14 e Olimpíadas/16, mas na produção de outros mais, conforme especialistas em licitações.
Assim, mal comparando as atitudes desencontradas da Presidente no caso dos segredos contidos no arquivo nacional e na sua disposição em defesa do RDC, vê-se que entre a hesitação para uma parte e a propensão para outra, fica a insegurança e a falta de patriotismo.
No caso rumoroso da Copa/14, novas intervenções de ministros – como no caso o dos Esportes, sem muita moral pelo favorecimento das ONGs criadas pelo seu partido para manipular verbas – não conseguem explicar o porquê da violação da transparência nas contas públicas.
O que fica claro é a falta de esclarecimentos razoáveis que nos permitam crer que Dilma, é uma “gerentona” disposta a proteger os recursos públicos. Se assim fosse, deixaria o Senado apreciar a matéria com independência.
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