Passei quatro anos criticando, combatendo mesmo, o segundo mandato de FHC conquistado a base do imoral instituto da reeleição; nunca, porém, deixei de elogiá-lo pelo Plano Real, de Itamar Franco, é verdade, mas criado e sustentado por ele.
Agora, quando o horrendo espectro da inflação ronda a nossa economia, acho válido evocar Itamar e FHC, que exorcizaram o fantasma inflacionário, ao mesmo tempo em que acuso o lulo-petismo, com Lula ou sem Lula, por incompetência na condução da política econômica.
Não posso esquecer o desprezo do Pelegão diante da crise que se abateu nos EUA e na Europa, com piadinhas a gosto do seu público ignorante, comparando o gravíssimo fato com uma “marolinha”.
Eis que a “marolinha” chega num crescendo que ameaça transformar-se num tsunami; ouve-se e lê-se de todo lado comentários sobre a ameaça de volta da inflação, seja como conseqüência de acontecimentos externos, seja pela desorganização da economia interna.
“Desorganização”, aliás, é bondade da minha parte. “Bagunça” seria o termo adequado, pelos desentendimentos no seio do governo, e o efeito arrastado da infame corrida consumista patrocinada na Era Lula.
Olhando para o Exterior, a gente vê a derrocada da economia dos países mais pobres da Europa – Grécia, Irlanda e Portugal, a fuga de investimentos especulativos demandando por países com altas taxas de juros e o jogo financeiro de aplicações em commodities, tirando proveito de um falso aumento de preços.
Mergulhando na nossa realidade, a desgraça está no populismo fascistóide implantado pelo lulo-petismo, imposto “democraticamente” em nome da real desigualdade social do País.
É inquietante ver-se, por exemplo, a distribuição de “bolsas” em faixas populacionais improdutivas, sem contrapartida das famílias sem obrigar freqüência dos filhos na escola; beneficiar parentes de traficantes presos, sem levá-los ao trabalho honesto; e, atender à vadiagem urbana como “povo da rua”, sem atentar para os viciados em drogas e doentes mentais.
Diz-se que é uma herança dos governos neoliberais anteriores, que distribuíam esmolas em troca de apoio eleitoral, mas é herança muito bem aproveitada e mascarada por uma indefinível e fraudulenta “justiça social”.
O tratamento dado às massas miseráveis é um estímulo à fuga da produção e, por outro lado, os afagos à massa de trabalhadores com a indexação de salários, é o fomento das altas de preços no varejo, principalmente no mercado de alimentos.
Não é preciso ser um PHD em economia, formadoem Harvard. Qualquercidadão ou cidadã, sensível e inserido na conjuntura sócio-econômica, para perceber que se não houver uma inversão do quadro atual as conquistas populares e trabalhistas ficarão sob risco.
Na política não se nota uma preocupação positiva do PT-governo. Discursos há muitos; tiradas inteligentes e jogadas contábeis também; mas nos três poderes da República não se vê reação contra os gastos descabidos da administração pública, e não são apenas as viagens, cartões corporativos, nem os desvios da corrupção.
São gastos supérfluos, superfaturamentos, licitações de cartas marcadas, obras faraônicas e dispensáveis. Isto assumido por uma “classe política” que elege corruptos para conselhos de ética, parlamentares que aumentam seus próprios salários e votam a ampliação de verbas do “fundo partidário” para zerar os déficits de campanha.
Os escândalos sucessivos levam os patriotas deste País a uma descrença desanimadora nos homens e nas instituições. A indignação cede lugar à acomodação, a falência das entidades que formam a sociedade civil desanimam quase todos. Enfim, entramos num período histórico maldito que durará enquanto os brasileiros não se organizarem em defesa dos interesses nacionais.
Até fecharmos este texto ainda se fala em dar “anistia” aos desmatadores da Amazônia e do Cerrado, pegando carona no “novo” Código Florestal. Malignos e perversos sejam
os que aplaudem o Brasil de hoje.
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br) A Ciência nos mostra que historicamente o ser humano, desde sua formação primitiva na pré-história, jamais…
MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br) Um tuiteiro postou outro dia a foto de uma Balança antiga, de dois pratos e sua…
MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br) Fui provocado pela crônica "A Sofisticação da Simplicidade!" do intelectual gaúcho José Carlos Bortoloti, citando a…
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br) A vida é cheia de coincidências; mas as coincidências que encontramos nos círculos políticos são exageradas.…
MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br) A Dialética de Hegel reinterpretada por Marx e Engels, tornou-se materialista, isto é, sai do campo…