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Advogado usa sumiço de Madeleine para tentar livrar casal Nardoni

O advogado do casal Nardoni, Roberto Podval, tentou plantar a dúvida nos jurados nesta sexta-feira (26), usando um outro “mistério” para defender que nenhuma prova pode ligar Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá à morte da menina Isabella, que caiu da janela do 6º andar do edifício London, em março de 2008. Roberto Podval fala ao júri popular que pode condenar ou inocentar o casal ainda hoje pelo homicídio. Hoje é o quinto dia de julgamento no Fórum de Santana, na capital paulista.

Em suas duas horas e meia nos debates entre acusação e defesa, Podval afirmou que, assim como os pais de Madeleine MacCann, que foram acusados pelo sumiço da menina em Portugal, pai e madrasta de Isabella não podem ser condenados por um crime do qual se dizem inocentes.

“Disseram que o pai de Madeleine teria dado um remédio para ela. Qual a prova? É que nem essas presunções todas. A perícia não chegou na autoria. Eles apenas presumem. Quem asfixiou? O promotor não tem certeza. Aí fica a sociedade clamando Justiça. A nossa sociedade não pode permitir isso”, pediu Podval aos jurados, para que absolvam o casal.

Durante a argumentação, a madrasta de Isabella teve que ser retirada do plenário, pois estava visivelmente nervosa.

Podval também usou uma frase de Chico Xavier: “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”, clamou aos jurados após reconstruir a cena do crime inserindo dúvidas, levantando a possibilidade de que uma terceira pessoa tenha agido sem que ninguém soubesse.

Ciúmes e terceira pessoa

O advogado utilizou todos os argumentos utilizados pelo promotor Francisco Cembranelli nesta tarde, durante a primeira fase dos debates, que é destinada à acusação. Segundo o advogado, quando as investigações afirmam que vizinhos ouviram barulhos no edifício, não levam em conta a que tenha sido uma porta de incêncio batendo e alguém fugindo, ao invés do som da queda da menina do jardim. “Dá para retirar alguma conclusão categórica?”, questionou os jurados. “O que tem a ver a porta batendo? O que o senhor está sugerindo?”, retrucou o promotor.

Já sobre os motivos levantados pela acusação para pedir a condenação, o descontrole de Anna Jatobá, as marcas da camiseta de Nardoni e o tempo que eles levariam da garagem até o apartamento, Podval retaliou dizendo que Ana Oliveira, mãe de Isabella, também tinha ciúmes da madrasta. “O que fizeram ontem com ela [no júri] foi maldade. O que nós não fizemos com a mãe. Disseram que ela era megera, louca, ciumenta. Aí fazem uma conta e dizem: mentirosos! A menina queria ficar na casa dela [Jatobá]. Ela iria asfixiar a menina que cuidava? E o pai era o grande vilão da história? Só porque eles brigaram? Todo casal briga”, argumentou o defensor.

Fonte: Uol Notícias

Marjorie Salu

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Marjorie Salu

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