Deve-se a um auto-intitulado revolucionário, o fundador do Partido dos Trabalhadores, José Dirceu, a chefia da organização criminosa que executou o maior escândalo do governo Lula, uma mancha negra na História do Brasil, o Mensalão.
Segundo a peça de acusação do procurador geral da República, Roberto Gurgel, no processo da Ação Penal 470, que julga os mensaleiros, foi ele, José Dirceu, quem comandou de fato o esquema ilícito. Foi denunciado com todas as letras: “Dirceu foi o mentor e Valério o executor”
Registra-se que a atuação do núcleo dirigente do Partido dos Trabalhadores e a hierarquia governamental ligada ao partido obedeceram a um projeto de poder traçado por Dirceu, “20 anos de poder petista”, que justificava a expropriação do dinheiro público para cumprir a meta.
A História está cheia de loucuras criminosas, ceifando vidas e biografias em nome de pretensas ideologias que, do ponto de vista lógico, aboliam as contradições sociais e políticas. Os stalinistas citam com indisfarçável orgulho que Stálin foi assaltante de estradas…
Muitos lulo-petistas passaram pela lavagem cerebral deste confuso conjunto de idéias que norteia hoje o PT no poder. Esses infelizes adotam uma ideologia distorcida, um falso socialismo que justifica a mentira, o assassinato, o roubo e o impudente cinismo.
José Dirceu aproveitou-se desses. Usou ‘companheiros tarefeiros’ que não rivalizavam com a sua inegável inteligência, para executar a diabólica tarefa que, embora negue em sua defesa, conhecia de cor e salteado. Com José Genoíno, Delúbio Soares e Silvio Pereira, formou o núcleo central da ação.
Sua orientação para a formação de uma base de apoio parlamentar ao governo recém conquistado exigia clara e diretamente muito dinheiro para cooptar os picaretas. E ele sabia de onde tirar esse dinheiro.
Tudo isto é indesmentível. Marcos Valério, experiente corruptor, que já havia articulado esquema semelhante no governo de Minas Gerais, entrou no bando para garantir apoio político, e passou a ser presença obrigatória nas reuniões que tratavam de relações bancárias para empréstimos ao PT.
A ascendência do Ministro-Chefe da Casa Civil da Presidência da República sobre todos está clara na peça de acusação exposta no Supremo Tribunal Federal. Ele os conhecia e acompanhava toda movimentação, participando diretamente das negociações com deputados corruptíveis.
Fica assim registrado que ele foi o mentor e Valério o executor. Entre as quatro paredes da Casa Civil que ocupava, ao lado da sala do então presidente Lula da Silva, Dirceu atuava sem usar o telefone e sem movimentar contas bancárias. Tudo era feito através de laranjas, sem deixar as suas digitais na atividade imoral e ilegal.
José Dirceu me levou a reler Mac Beth, com uma frase teatral bombástica de Shakespeare, posta na boca de Lady MacBeth: “Todos os perfumes da Arábia não desinfetariam esta mão”…
Essa mão conduzida pelo amoralismo dos fins que justificam os meios, cometeu “o mais atrevido caso de corrupção e desvio de recursos no Brasil”, conforme Roberto Gurgel, enfrentando corajosamente ameaças. Ao Procurador, empresto o meu apoio, sensibilizado pela sua mensagem ao encerrar a peça acusatória:
“Sinto o dever de fazer o registro de que, em 30 anos de exercício de profissão, jamais enfrentei nada sequer comparável à onda de ataques grosseiros e mentirosos feitos por variados meios para constranger e intimidar o Procurador da República. A voz do Ministério Público continuará a ressoar forte, íntegra e serena”.
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