Impressiona-me ver que pessoas inteligentes e relativamente bem informadas acreditem em benzeduras, fórmulas mágicas sensitivas e simpatias para curar doenças e resolver problemas financeiros.
Embora, por minha formação positivista jamais tenha defendido exploradores do misticismo, condeno que sofram atrocidades como fez a Inquisição torturando e mandando para a fogueira pessoas que enfrentavam dogmas e fugiam da confissão; isto seria, para mim, vacilar diante da escravização das mentes.
Sabemos que além das “parteiras” tidas como bruxas, e os violadores dos dogmáticos pecados capitais, também eram perseguidos aqueles que mantinham laboratórios e faziam pesquisas científicas para a cura de doenças, diferente das mandingas e dos exorcismos que enriqueciam clérigos e igrejas.
Imagino como seria errado combater pandemias como a que o mundo atravessa; plágio do que ocorreu na peste negra, aconselhando-se orações e vendendo santinhos e escapulários, mais ou menos como fizeram agora certos pastores evangélicos negociando feijões curativos.
Pior do que os charlatães, são os que creem neles. Uma amiga da minha mulher garantiu que se livrou de uma feiosa verruga no nariz graças a um simples toque de mão de uma benzedeira; e, no Twitter, tivemos alguém (não importa revelar a identidade) que se curou da covid-19 com drogas ineficazes aconselhadas pelos negativistas….
Coincidências ou não, é certo que acontecem curas e soluções de casos independentes da ação médica ou métodos científicos; mas não podemos acreditar que um boneco furado com alfinete agrida e mate uma pessoa distante, e muito menos que ganhar na loteria depende de ajuda de almas do outro mundo.
Será uma justaposição aceitar que a maldição escrita na tumba do faraó Tutancâmon tenha levado à morte os violadores do seu túmulo, e que a maldição do líder da Ordem dos Templários, Jacques De Molay, que envolto em chamas da fogueira inquisitória bradou que morreriam em breve os responsáveis pelas perseguições sofridas e a proibição da simbólica cruz da Ordem.
Entretanto, a História registra que a morte do rei Felipe de França e o papa Clemente V, perseguidores dos templários para readquirir o poder político do Papado, ocorreram em um mês depois da execução de De Molay.
Repito, coincidência, ou não, acontecem coisas entre o céu e a terra que a nossa imaginação não alcança.
Caindo na real, vemos que no cenário político do Brasil coisas que nos fazem vacilar diante de coincidências. Pode-se acreditar que a caçada movida aos condutores da Operação Lava Jato no MP e na PF contra a corrupção, seja um acaso? Prefiro, da minha parte, abraçar a tese de que foi uma contingência “movida” pelos políticos corruptos e seus cúmplices.
Não são apenas “suspeitos”, como quer a legislação leniente, os que avançam no dinheiro público, seja no “roubozinho” das rachadinhas, como se referiu Olavo de Carvalho sobre a ação criminosa dos Bolsonaro, ou o assalto de bilhões de reais movido pelos governos lulopetistas e empresários corruptores na Petrobras.
Na minha opinião, é mais do que um simples “Vacilo”, primeira pessoa do presente do indicativo do verbo Vacilar; do latim (vacillo, -are), significando hesitar, tergiversar, titubear.
Condeno os vacilantes que se curvam para a exigência imposta nas circunstâncias da polarização eleitoral entre o ruim e o pior. Ninguém, nestas alturas, pode estar ou ficar indeciso obrigando-se a votar nos populistas corruptos que concorrem fraudulentamente nome da “direita” e da “esquerda”, quando a ideologia de ambos se limita a exercer o poder pelo poder.
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