Categorias: Poesia

Thomas Hardy

Os Bois

Meia noite. Véspera de Natal.

“Ajoelhados estão todos,”

Dissera um ancião enquanto sentados estávamos

Ao pé das cinzas na paz de uma lareira.

Meigas e maviosas criaturas vislumbrávamos

Tendo por morada um redil de palha.

Tampouco a nenhum de nós sucedeu

Duvidar de que ali ajoelhados estavam.

Poucos um tão belo quadro imaginariam fantasiar

Naqueles tempos! Não eu, todavia.

Se por acaso uma pessoa falasse à Véspera de Natal

“Venham ver os bois ajoelhados

Ali, no vale, naquele solitário pátio da fazenda

Tão familiar aos dias de nossa infância,”

Certo que com ela iria pela escuridão

Na esperança de um milagre acontecer.

(Trad. de Cunha e Silva Filho)

Marjorie Salu

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Marjorie Salu

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