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TAÇAS DE CRISTAL

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

                                   “A confiança é uma taça de cristal; a um simples deslize trinca e reduz a cacos” (Autor desconhecido)

A translúcida beleza de uma taça de cristal esconde a sua fragilidade diante de um simples atrito, e, graças à sua ressonância, quebra ao ser submetida a som de 110 decibéis de um alto-falante.

A palavra cristal deriva do grego antigo, κρύσταλλος que quer dizer “quartzo”, mas não é somente do mineral que são feitas as taças de cristal tal como as conhecemos. Um vidro de alta qualidade atenderá a sua fabricação, havendo registros delas feitas pelos sírios, fenícios e babilônios a 7.000 a.C..

O que garante a sua qualidade é a finura, o brilho e a vibração natural com timbre característico ao ser tocada. Dizem os psicólogos que os casamentos enfrentam os problemas mais agudos após dez anos de convivência; e, se atravessado este período, comemora-se com as “Bodas de Cristal” ao completar 15 anos…

O simbolismo do cristal tem uma variedade imensa. O encontramos nas antigas lendas, no espelho da madrasta de Branca de Neve, nos sapatinhos de Cinderela e nos palácios de cristal. No misticismo esotérico, o cristal representa a transição do mundo real para o mundo dos espíritos.

Também a influência do cristal sobre as pessoas é parte dos fenômenos sobrenaturais, segundo os xamãs nórdicos, que lhe atribuem uma energia vital; a psicanálise analisa nos sonhos com pedras de cristal, ou neve, ou gelo, recalques inconscientes de sentimentos e desejos.

Nós herdamos dos nossos ancestrais portugueses um alerta para quaisquer riscos, tendo o cuidado que se deve ter com um macaco em loja de louças. Com as taças de cristal a cautela deve ser dobrada; quando menino, vi minha mãe embalar com papel de seda e algodão umas taças que seriam um presente de casamento.

O invólucro do futuro Governo Bolsonaro também exige atenção e desvelo nas indicações de Sérgio Moro para ocupar o Ministério da Justiça e Segurança Pública, e de Paulo Guedes para a Fazenda. Ambos representam taças de cristal.

A importância da designação de Moro é avaliada nas redes sociais como um símbolo da luta contra a corrupção que ele realizava quando juiz em Curitiba. Além das sentenças exemplares condenando criminosos de colarinho branco, teve a coragem de mandar para a cadeia o ex-presidente Lula da Silva, chefe da Orcrim narcopopulista.

Até os mais intrépidos defensores da Operação Lava Jato duvidavam que um dia veriam atrás das grades a figura abjeta do Pelegão, cuja blindagem das altas esferas do poder e o fanatismo dos seus seguidores impediam até as investigações feitas na sua conduta criminosa.

Com Moro temos a certeza de que será mantido no corpo do Estado de Direito uma ossatura capacitada a resistir ao impacto da força política e da elite fajuta nos “artistas noveleiros” que mamavam o dinheiro público nos governos lulopetistas.

Do outro lado, disporemos de Paulo Guedes, cuja pasta da Economia – supervalorizada – terá a tarefa de higienizar o arcabouço administrativo federal, reorganizando-o para produzir os efeitos desejados. O aparelho estatal, após 14 anos de incompetência, ineficiência e permissividade, é carente de disciplina e honestidade.

A nossa economia, debilitada pelo ideologismo retrógrado do esquerdismo retrógado, exige uma presença capaz e forte para implantar o liberalismo econômico; uma mudança que ao contrário da demagógica política social, visa o desenvolvimento, criando empregos para os trabalhadores e ganho para o empresariado.

Com confiança nestas duas taças de cristal, façamos um brinde ao futuro.

Marjorie Salu

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Marjorie Salu

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