A espetacular criatividade dos brasileiros criou a expressão “Samba Canção” para designar aquelas cuecas antigas, de fazenda e modelito de short…. Quando despertei para vida, adolescente nos anos 1940, era o que se usava.
Também antiquada é a definição de cueca nos dicionários portugueses e brasileiros: refere-se gramaticalmente como substantivo feminino e peça de roupa branca que os homens usam por baixo das calças. Na sua etimologia, a palavra Cueca tem um sentido mais direto do que atualmente: era “cu”, do latim vulgar “culus”, ânus, acrescida de “eca”, domicílio, moradia.
Em Portugal usava-se a palavra “Cueca”, no plural “Cuecas”, ou no diminutivo “Cuequinha”, um modelo correspondente para homens e mulheres, embora para elas, no Brasil e em Moçambique, é denominado “Calcinha”.
A Cueca é descendente da avoenga “Ceroula” que descia até os joelhos, sem braguilha, que dava um trabalho danado para urinar ou defecar, mesmo na intimidade.
Mais recente, referindo-se à roupa íntima para cobrir a zona pélvica e as nádegas, cueca é chamada de “Sunga” no Brasil, e em Portugal “Boxer”. A nova versão masculina traz um molde especial para apoiar o pênis, dispondo de braguilha e cobrindo até as virilhas.
A corrupção política generalizada, herdou dos tempos corruptos dos governos lulopetistas como sinônimo de “Cueca”, “Cofre”. Inspira-se no flagrante da Polícia Federal encontrando o senador Chico Rodrigues, quando vice-líder do Governo Bolsonaro, com dinheiro e documentos sob a cueca, nas nádegas.
Este exemplo dado por Rodrigues nada tem de surpreendente, vem de longe, dos tempos em que os parlamentares picaretas reuniam-se na bancada chamada “baixo clero”, que veio dar no Centrão.
Em conversa gravada entre o presidente Jair Bolsonaro e Chico Rodrigues, que foram colegas na Câmara dos Deputados, a relação dos dois “é antiga e duradoura”; e por isso, o senador batizado de “Bunda Rica”, vem sendo defendido (ou tem a sua suspeitíssima situação omitida), pelos fanáticos cultuadores da personalidade do Governante.
Vê-se esta defesa no Congresso, por “espírito de corpo” ou cumplicidade, tendo como exemplo mais-do-que-perfeito disto a fajuta licença do Senador para evitar leva-lo ao Conselho de Ética do Senado e contornar uma intervenção do STF, que foi sentenciada pelo ministro Luís Roberto Barroso.
Também a intercessão da Procuradoria-Geral da República no caso, revelou uma sutil defesa, alegando ao STF que não é possível afirmar, ‘por ora’, que os R$ 33,1 mil encontrados na cueca do Senador, não podia ser provada. Uma salvaguarda ridícula…
Ridícula sim, porque a evidência sob a cueca do Senador roraimense e a acusação de desvio de recursos da covid-19, é inegável e torna revoltante o fato. Até obrigou o presidente Jair Bolsonaro a afasta-lo da vice-liderança do governo, e por ele próprio, que renunciou ao Conselho de Ética do Senado que teoricamente deverá julga-lo.
Para mim, a história da cueca-cofre, levou-me à lembrança do epigrafado, o grande compositor paraibano Livardo Alves, notável pela criação de inúmeros frevos, forrós, xotes, marchinhas. Alegra-me esta reminiscência juvenil que reforça a minha luta contra a corrupção, vendo o senador Cuecão fazer de pano-de-prato a política brasileira…
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