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Rolezinho? Que nada! Rolezão no Maranhão…

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br )

A governadora Roseana Sarney disse que a causa da violência no Maranhão é porque o estado ficou mais rico. Na verdade, segundo o IBGE na frieza dos números (e no regime lulo-petista quase todos são maquiados), o PIB cresceu lá 15,3% entre 2010 e 2011, acima da média brasileira, de 2,7%.

O problema é que o crescimento econômico não se traduziu em melhoria de vida do povo. Os números traduzem o desenvolvimento do agronegócio, que alcança também o norte do Piauí, e em ambos estados não alcançam maranhenses e piauienses, pois apresentam os piores índices sociais do país.

Escrevi sobre isto, quando o presídio de Pedrinhas, em São Luiz, ganhou as manchetes com indescritíveis cenas que ocorrem na prisão onde – voltando aos números – a estatística da violência registra o recorde nacional de presos assassinados por outros detentos, e a maioria dessas mortes é bárbara, muitas por decapitação.

Não bastasse a chacina autofágica, o modelo da desgraça apresenta o domínio de facções criminosas, superlotação e sua conseqüente má condição sanitária e quadro de enfermidades infecciosas. Pedrinhas é o retrato da negligência governamental.

No mais que perfeito escapismo lulista, Roseana se esconde ao ser procurada pela imprensa, e mantém um silêncio comprometedor. Quando o caso veio à tona, apareceu alvoroçada, visivelmente constrangida, e tergiversou saindo-se com o absurdo já relatado, dizendo que o aumento da criminalidade foi porque o Maranhão teria se tornado “mais rico”.

Segundo os jornais que, embora timidamente reportem a conjuntura maranhense, há no Estado mais criminosos foragidos que presos. Basta isso para que se justifique o clamor popular pelo impeachment da Governadora, no mínimo negligente diante da calamidade.

Não será demais voltar a assinalar perversos assassinatos, estupros e conivência governamental com facções criminosas, dentro e fora das cadeias; e é imperativo mencionar a corrupta concessão à empresa privada ligada ao “primeiro damo”, a guarda e o fornecimento de refeições aos presos, com verbas superiores a R$ 170 milhões anuais.

Será muito difícil sair um impeachment da Assembléia Legislativa do Maranhão; a governadora Roseana é filha e herança política do capitão-mor José Sarney, cuja ficha política lista toda sujeira da politicagem brasileira, agravada pela convivência com o poder petista, corrupto e corruptor.

Nem pensar no Congresso; passemos por cima. Só há um modo, ir ao Supremo Tribunal Federal, onde resta a esperança de um julgamento presumivelmente correto, no pressuposto do Mensalão, que condenou a poderosa hierarquia petista e levou-a a prisão.

O redemoinho de ventos políticos, porém, traz rajadas díspares. A pressão atmosférica na República desloca ares democráticos, sem dúvida; mas ocasiona também turbilhões na opinião pública. Sinto um bom momento para mudanças rumo à liberdade e à justiça social; mas, por outro lado, vejo as manifestações da cidadania em turbamulta.

Entristece-me ver tanta gente boa perdendo tempo com as brincadeiras juvenis nos shoppings e tanta gente má querendo politizá-las. Para mim, rolezinho, que nada! Preocupo-me é com o rolezão do Maranhão…

Miranda Sá

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