Já não basta vivermos no país dos absurdos, ser governado por um bando de aloprados que nos engana com a falsa idéia de um ótimo ensino público na base da não reprovação dos alunos, o qual engana as estatísticas mundiais (ou nem isso), uma máfia dos PTralhas que incentiva a educação superior na base do PROUNI ajudando a pagar os estudos em faculdades de péssima avaliação no MEC, que estavam às portas de fechar, e hoje é capaz de financiar a campanha de seus donos. Não é suficiente pagar uma das maiores taxas de impostos do mundo. Esse governo insaciável também quer acabar com a democracia à base de PECs, enquanto não aprova a PEC da saúde, a PEC 29, que está “deitada em berço esplêndido” desde 2002. Ah! Saúde essa que, dentre tantos despautérios governamentais, consegue ainda se destacar como o pior ponto.
Para quem não conhece, a PEC 29, dentre outras coisas, exigiria que 10% do orçamento do governo fosse automaticamente destinado à saúde. Além disso, distribuía de forma justa o orçamento com a saúde entre Municípios, Estado e Federação. Hoje nosso financiamento por parte do governo federal tem como estrutura base o PAB FIXO, que destina (pasmem!) 12 a 18 reais por paciente na atenção básica.
Já não bastasse o supracitado, os corredores sempre cheios, a falta de postos de saúde de atenção primária que funcionem, rede de médio complexidade nos interiores maiores e sempre jogarem a culpa nas costas dos médicos, eis o cúmulo do absurdo, a importação de 6 mil médicos cubanos. E há quem diga que há mais 8 mil no gatilho, oriundos de Cuba e Bolívia.
Agora podem estar me perguntando se isso não seria bom, já que vemos tantas áreas periféricas sem médicos. Vamos enumerar pontos para facilitar o entendimento ao cidadão de tamanho absurdo, e da manipulação absurda (mais uma) que esse governo populista tenta fazer com as massas.
1-Segundo a ONU, o recomendado é termos 1 médico a cada 1000 habitantes num país. No Brasil temos 1,08 médicos por 1000 habitantes, de forma mal distribuída, de forma que RJ e DF apresentam as maiores proporções, com mais de 5 médicos por 1000 habitantes, e estão os piores indicadores de saúde pública do Brasil.
2-O Brasil está entre os 5 países com maior número absoluto de escolas de medicina, superando países maiores como Estados Unidos e Austrália.
Então, temos médicos suficientes. Ok. Mas se estão mal distribuídos, não seria bom trazê-los? NÃO!
3-Esse é o principal ponto. Essa é a principal queixa dos médicos, há décadas, e os Governos, independente de ideologias, bandeiras, partidos, nunca atenderam. Há muito não se faz mais medicina apenas com a iluminação divina, estetoscópio e uma boa cabeça entre as olivas. Precisamos de um MÍNIMO de dignidade para trabalhar. Precisamos no mínimo de laboratório, exames de imagem como Raio-X, eletrocardiograma e tomógrafos, precisamos de medicamento ao nosso dispor. Precisamos de segurança para não sermos expostos à ira de uma população mal assistida que é ludibriada ao achar que o médico é herói ou vilão. Precisamos, como qualquer trabalhador, de sermos remunerados de acordo com nosso trabalho, de forma justa, e em dia. Precisamos de um mínimo de dignidade para exercer tão nobre arte. Engana-se quem acha que os médicos não adentram ao interior e à Amazônia por má remuneração ou por falta de interesse. Eu me uso como exemplo. Trabalhei por um mês numa cidade a 200km da capital onde por 1 mês minhas únicas três solicitações nunca foram atendidas: um técnico de laboratório de plantão, um equipamento de Eletrocardiograma que por falta de equipe treinada eu mesmo iria realizar os exames e uma mísera lanterna para exame da cavidade oral, e ainda passei 3 meses esperando para receber meu salário. Saí de lá e voltei para a capital para trabalhar ganhando 60% menos pela mesma carga horária em atividade semelhante por encontrar um mínimo de estrutura na segunda cidade. NÓS CLAMAMOS POR UM MÍNIMO DE CONDIÇÃO DE TRABALHO E REGULAMENTAÇÃO DE NOSSA PROFISSÃO. No Brasil até a prostituição está em vias de ser regulamentada, e a profissão médica, não.
4- Os médicos formados em Cuba e Bolívia possuem em sua formação acadêmica algo em torno de 50% a menos de carga horária de aulas e atividades práticas que a nossa no Brasil. Suas faculdades de medicina são defasadas e sem infra-estrutura para uma boa prática médica de ensino. Reflexo disso é o índice menor que 5% de aprovação não REVALIDA, prova em que QUALQUER profissional formado em medicina formado em QUALQUER país do mundo que não o Brasil precisa se submeter para exercer a medicina no nosso país, já que os mesmos são oriundos de escolas que o MEC não pôde fiscalizar. O nosso Governo Federal quer trazer para nos atender esses médicos mal capacitados e fazer com que os mesmos NEM SEQUER SEJAM SUBMETIDOS A UM EXAME QUE AVALIE A QUALIDADE DE SUA FORMAÇÃO.
5-A qualidade da medicina no país já vem numa decrescente desde a enxurrada de novas escolas de Medicina abertas no país com critérios duvidosos. A vinda de uma enxurrada de profissionais mal qualificados e vindos para receber uma baixíssima remuneração, no qual grande parte ficará nos cofres do Regime cubano, ainda desvalorizará mais ainda o profissional, tanto em termos de qualificação, como em termos de remuneração, ao invés de estimular profissional que há tanto tempo pede aos governos por infra-estrutura para trabalhar de forma adequada, piso salarial e regulamentação da profissão.
Em suma, o que querem é literalmente “tapar o sol com uma peneira”. Querem jogar a culpa do péssimo estado de saúde da nossa saúde aos médicos, profissionais que trabalham em média 12 horas por dias, no qual a maioria não recebe 13º salário, não tem férias ou aposentadoria, se não for por meio de uma previdência privada, e ao invés de oferecer condições de uma distribuição demográfica adequada dos médicos, estrutura para ofertarmos uma boa saúde à população, o governo opta pelo mais fácil, imediato e não resolutivo, a vinda de mão-de-obra desqualificada para mais uma vez enganar a população.
Até quando a população será passiva em permitir os absurdos desse País?
De um país que político é uma profissão não podemos esperar muita coisa de braços cruzados.
Jaime José de Arruda Martins, 25 anos, médico do HSPE/Iamspe.
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