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Poesia

EMBRIAGUEM-SE

É preciso estar sempre embriagado. Aí está: eis a única questão. Para não sentirem o fardo horrível do Tempo que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso.

Com quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se.

E se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso, na solidão morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar, pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio responderão: “É hora de embriagar-se! Para não serem os escravos martirizados do Tempo, embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso”. Com vinho, poesia ou virtude, a escolher.

Charles Baudelaire

O Poeta

Charles-Pierre Baudelaire nasceu em Paris, em 1921. Perdeu seu pai muito cedo, aos seis anos de idade, tendo a mãe se casado novamente, com um general francês que despertaria sentimentos de ódios em Baudelaire.

Com a nova formação da família, Baudelaire se muda para Lyon, onde seu padrasto assumiu um cargo. Porém, relação difícil entre os dois persistia.

Em 1836, o poeta retornou a Paris, onde passou a freqüentar o Liceu Louis Le Grand e foi justamente nessa época que Baudelaire começou a dar sinais de sua genialidade. Escreveu poemas, mas nunca foram reconhecidos pelos professores, que abominavam seus escritos, sendo taxados de devassos.

Porém, seu destino estava traçado. Em 1847, lançou “La Fanfarlo”, que foi o seu único romance, classificado por alguns como uma novela autobiográfica. Baudelaire se empenha na idéia se tornar-se poeta e escreve durante anos, de 1842 a 1846, os poemas que viriam a fazer parte do célebre livro “As Flores do Mal”, lançado apenas em 1857.

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Miranda Sá

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Miranda Sá

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