Categorias: Notas

Poesia

Papoilas em julho

Pequenas papoilas, pequenas chamas infernais,

sois inofensivas?

Estremeceis. Não posso tocar-vos.

Ponho as minhas mãos por entre as chamas. Mas nada

queima.

E fico exausta quando vos vejo

estremecer assim, pregueadas e rubras como a pele da

boca.

Uma boca há pouco ensanguentada.

Pequenas orlas de sangue!

Há nela um fumo que não consigo tocar.

Onde está o vosso ópio, as vossas cápsulas nauseabundas?

Se eu pudesse esvair-me em sangue ou dormir!…

Se a minha boca conseguisse desposar uma tal ferida!

Ou os vossos licores me penetrassem, nesta cápsula de

vidro,

trazendo-me a acalmia e o silêncio.

Mas sem cor. Sem nenhuma cor.

Sylvia Plath

(Tradução de Maria de Lourdes Guimarães)

A Poetisa

Filha de Aurelia Schober Plath, da primeira geração norte-americana de uma família austríaca, e de Otto Emile Plath, um imigrante de Grabow, Alemanha. O pai trabalhava como professor de zoologia e alemão na Universidade de Boston, sendo também um notável especialista em abelhas. A mãe de Sylvia era vinte e um anos mais nova que o marido. Em 1934, nasceu o segundo filho, Warren. A famíla mudou-se para Winthrop, Massachusetts, em 1936, durante a Grande Depressão. Sylvia, então com quatro anos de idade, passaria em Johnson Avenue grande parte de sua infância.

A mãe de Sylvia, Aurelia, crescera em Winthrop, e seus avós maternos, os Schobers, viveram em uma parte da cidade, de nome Point Shirley, mencionada na poesia de Plath. Sylvia publicou seu primeiro poema em Winthrop, na sessão infantil de Boston Herald, aos oito anos de idade.

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Marjorie Salu

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Marjorie Salu
Temas: sylvia plath

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