Por ser federalizada, com a investigação do sinuoso assassinato da vereadora Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes, tivemos a volta da “Delação Premiada”, que caiu em desuso com a desconstrução da Operação Lava Jato.
No combate à corrupção, usou-se muito este instituto jurídico que prevê um acordo entre o acusado por crimes e o Ministério Público, em que o acusado-delator colabora com a investigação policial e obtém certos privilégios.
O assunto entrou exaustivamente na mídia pelo sensacionalismo e as especulações políticas. Como as demais emissoras de televisão, o Sistema Globo mergulhou de cabeça no tema, com seus gênios oniscientes em Ciência, Educação, Esporte, Filosofia, Política e Religião, possuidores do conhecimento de tudo.
As opiniões onipotentes destes comentaristas globais são grandemente valorizadas. No caso em pauta, se fazem presentes no Estúdio Um e no Mais G. News, exaustivas retrospectivas e o perfil de Élcio Queiroz, personagem que confirmou de espontânea vontade o desejo de fazer a delação premiada.
Assim se deu; e, além de confessar sua participação no crime, Élcio afirmou que o policial militar reformado Ronnie Lessa matou Marielle, expondo esmiuçadamente os detalhes do atentado. Apontou também como cúmplice do assassinato o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, que foi imediatamente preso.
Neste cenário de série policial televisiva, a delação premiada é pesada na balança dos interesses políticos e financeiros pelos comentaristas que me lembraram o ditado popular que “as aparências enganam”, pois trouxeram ao cenário dois tipos de delação premiada.
Na opinião deles, a delação premiada que é válida para o assassinato de Marielle, não vale para a dos empreiteiros na Operação Lava Jato. O argumento é que a morte é irrestituível, enquanto envolvendo dinheiro, interessa ao delator…. Que é que é isso, Arnaldo? O crime é divisível?
Para mim, ficou transparente que os processos prisões e condenações por corrupção e lavagem de dinheiro impostos pela Lava Jato, merecem o respeito dos comunicadores. São inesquecíveis as copiosas delações premiadas comprovando o assalto sofrido pela Petrobras no segundo Governo Lula.
Isto leva à reflexão de que esta descompensação da verdade jurídica e a reportagem jornalística é suspeita. Antes, via-se a militância pavoneando incontida, apenas perdendo a credibilidade; agora, criando uma “delação premiada “do B”, parece uma suspeita transgressão devido às copiosas verbas recebidas pela Globo da Secom….
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