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O Poder Invisível

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“A rede social dotou o cidadão de uma nova e magnífica ferramenta que     necessariamente subtrai poder ao Estado” (Diego Beas)

Embora as estatísticas pouco informem, não será exagero dizer que 120 milhões de brasileiros navegam no mundo maravilhoso da Internet, visitando sites das redes sociais, Facebook, Twitter, Youtube e outras. São 60% da população.

Internautas, conscientes ou não, formam uma imensa corrente de opinião cujo acesso se multiplica, crescendo com os estímulos da curiosidade, busca de informações, necessidade de se expressar e até carecendo de relacionamento social.

O pessoal do Facebook transita num sistema buliçoso, bem informado, e mantendo uma polêmica viva; e os antigos tuiteiros, como eu, registram a impressionante adesão diária de interlocutores politizados que participam notícias e intervêm nos debates com liberdade e independência.

Este novo campo sócio-político agita-se com a intervenção de políticos com mandatos executivo e legislativo, de porta-vozes de organizações partidárias e dos livre atiradores da contestação. Se fazem presentes apreciações filosóficas, críticas ideológicas, propostas administrativas e legislativas, ilustrações semióticas e charges inteligentes.

O aplauso e a vaia são livres, realçando entrechoques de facções diversas, intervenções ingênuas e o inseparável fanatismo no campo da polêmica. Há uma concepção profissional entre jornalistas de que a web oferece mais liberdade opinativa e mais honestidade porque não tem a exposição que na mídia televisiva expõe diante das câmeras.

Tenho notado pessoalmente que os vendedores de ilusão e os mercenários se perdem nas redes sociais pelas mensagens floreadas não convincentes, quando não pelos ataques pessoais acanalhados. Por isso, sua vida é curta; fuçam um pouco e voltam para onde nunca deveriam ter saído.

Do outro lado, os que exigem transparência das fontes de informação, como um culto à verdade, se impõem… E aumentam o número de admiradores e seguidores, premiados pela máxima de Oscar Wilde: “Se alguém diz a verdade, pode estar certo de que será descoberto, mais cedo ou mais tarde”.

Embora espontaneísta, o poder invisível da rede social supera a importância dos partidos e rebaixa a atuação dos venais representantes dos movimentos sociais apelegados que o PT-governo quer transformar em sovietes pelo famigerado decreto 8243.

Registre-se o empurrão dado na campanha da Ficha Limpa que empolgou o eleitoradoe obrigou deputados e senadores a aprovar, mesmo a contragosto, a iniciativa popular. Não se pode esquecer o apoio dado ao ministro Joaquim Barbosa quando puniu a cúpula do PT, envolvida nas fraudes do Mensalão.

Agora, vive-se a luta contra a impunidade dos ladrões que assaltaram a Petrobras. Está na atuação das redes sociais a maior pressão para se chegar aos responsáveis. É através do Facebook e do Twitter que são divulgadas as delações contra os hierarcas lulo-petistas e aliados envolvidos no escândalo, e estamos chegando muito perto dos maiorais Lula e Dilma.

Somente a ascendência das redes sobre a sociedade, atingindo e influenciando a mídia, e daí chegando aos três poderes da República, poderá barrar a marcha totalitária do lulo-petismo, que já escancarou a existência de um exército paralelo sob um estranho

silêncio das FFAA.

A convocação da manifestação do dia 15 de março contra a corrupção e pelo afastamento de Dilma depende de nós. O poder invisívelda Internet é decisivo para a participação popular na África, na Europa ou no Oriente Médio. Por que não aqui?

Pela mobilização intensa, poderemos impedir novos atentados à Constituição e à Democracia, e exigir uma reforma política que atenda a cidadania, e não remendos para eternizar a influência dos picaretas do Congresso Nacional e do Poder Executivo.

Vamos exercer nosso poder invisível, multiplicando as mensagens, digitando convites e conclamando o povo a seguir o exemplo dos caminhoneiros. Ouçamos a lição do grande Rui Barbosa: “A palavra é o instrumento irresistível da conquista da liberdade”

Miranda Sá

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