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O “do contra” de Dilma e o “Ame-o ou deixe-o” de Médici

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Eu achei a referência de Dilma aos ‘do contra’ muito parecida com aquela antipatriótica provocação do ditador Médici com o ‘ame-o ou deixe-o’… E neles encontrei um desmentido ao postulado de Euclides, com as linhas paralelas encontrando-se no infinito…

Nos bancos escolares quebrei a cabeça com a equação (x – y)² = 4 das retas paralelas, e depois de idoso, descobri que as paralelas se encontram politicamente, com Dilma e Médici dividindo o Brasil; ela com os seus partidários de um lado e os “do contra” do outro; ele, com o “Brasil, ame-o ou deixe-o”.

Ambos – Médici – que já morreu –, e Dilma – morta viva –, mostraram não serem estadistas na acepção dicionarizada de ‘estadista’: “pessoa de atuação notável nos negócios políticos e na administração de um País. Homem ou Mulher de Estado.”

Não é uma “Mulher de Estado”, ocupar uma cadeia de rádio e televisão para admoestar os brasileiros que a criticam, classificando-os “do contra”, acusando-os de alarmistas e de fazerem previsões sem fundamento…

O alarmismo, para a Presidente, é a crítica feita à sua equivocada política energética, e previsões sem fundamento são, na verdade, do seu incompetente governo dependendo de chuvas para garantir a produção das hidroelétricas.

Seguindo as desgastadas lições do mestre e guia Lula da Silva, Dilma repete-se em promessas para uso dos fanáticos do lulo-petismo, pois já não alcançam mais a mente embotada dos bolsistas.

Ela disse que constrói mais usinas e mais linhas de transmissão para elevar em 7% a produção de energia; e promete que a capacidade instalada irá dobrar nos próximos 15 anos. Gravem, 15 anos; mas não apresentou planilha de custos, nem organograma e nem o cronograma desse prognóstico marqueteiro…

Pior do que isto foi a impostura da baixa nas contas de luz, enchendo um bolso e esvaziando o outro, pois seremos nós, contribuintes, que pagaremos o prejuízo das operadoras…

Isto realça bem a relação que faço entre a Era Lulo-petista e a Ditadura Médici; são inúmeras as semelhanças e inquestionáveis. Se uma máquina do tempo nos levasse ao ‘milagre econômico’ da propaganda do general Médici, veríamos Delfim Neto prometendo concentração de renda para fermentar o ‘bolo’ a ser fatiado no futuro.

Outra parecença: naquela época houve crescimento econômico, uma média de 11%, que conquistou a admiração países capitalistas; igualzinho às realizações lulo-petistas alicerçadas pelo plano real num momento de bonança internacional.

A comparação Médici-Dilma é também notável nas promessas. Com o General esperou-se o bolo crescer; com a Presidente, tudo está sempre por vir, a extinção da miséria, o devaneio do pré-sal; as 20 mil creches, 800 aeroportos, 10 mil quadras esportivas, o Trem Bala, a Ferrovia Transnordestina, a Transposição do Rio São Francisco, etc. etc.

Tudo virtual, uma propaganda que empurra para adiante o socialismo dos pelegos. E ainda estamos com sorte porque o lulo-petismo ainda não alcançou uma das suas metas que o regime militar materializou: o controle dos meios de comunicação e das atividades culturais, punindo tudo e todos que desagradem o governo. Igualam-se sempre as ditaduras e os governos populistas, tratando a imprensa como inimiga.

Querem a censura para evitar críticas e denúncias. Silenciar o alarmismo para não informar que entre 2011 e 2012, nosso déficit em contas correntes passou de US$ 52,4 bilhões para US$ 54,2 bilhões; e que o resultado global do balanço de pagamentos caiu de US$ 58,6 bilhões para US$ 18,9 bilhões…

Como Médici fez, querem controlar jornais e disciplinar os jornalistas porque são ‘do contra’ revelando as mentiras de Lula, confirmadas por Dilma, sobre a quitação da dívida externa e a fraudulenta auto-suficiência do petróleo.

Eles nunca leram ou assistiram às peças do grande Oscar Wilde, que ensina: “Se alguém diz a verdade, pode estar certo de que será descoberto, mais cedo ou mais tarde”

Miranda Sá

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