A comissão de atletas que o COB, enfim, montou, chama mais atenção pelas ausências que pelas presenças
O desgaste da imagem do Comitê Olímpico Brasileiro não apenas aumentou os tiques nervosos de seu presidente, Carlos Nuzman, ele mesmo um ex-atleta bem sucedido, como João Havelange, prova de que nem sempre quem competiu é capaz de olhar mais para o esporte do que seus próprios interesses.
E não é que pé-de-atleta tenha cura e a cabeça não, como diz a piada preconceituosa.
Porque não são poucos os nossos atletas com cabeças privilegiadas.
O problema está nas ambições do bolso mesmo
Mas o desgaste tem levado a entidade até a fazer licitações de pequena monta e a tomar iniciativas como a de formar uma comissão recheada de atletas e ex-atletas de sucesso, como a que acaba de anunciar, composta por 19 membros.
Presidida, é claro, por Bernard, lugar-tenente de Nuzman desde o tempo em que sacava o “Jornada nas Estrelas”.
A comissão no entanto, chama mais atenção pela ausência de nomes que se caracterizam pelo espírito crítico, gente como Amaury Pasos, Ana Moser, Jade Barbosa, Joaquim Cruz, Lars Grael, Raí, Marcel, Oscar (este talvez pelo litígio recente com a TV Globo), Paula, Sócrates, Wlamir Marques, entre tantos outros.
É verdade que certos convites são mesmo difíceis de serem recusados, ainda mais para quem ainda está em atividade, caso de César Cielo (que ainda não aceitou o convite), por exemplo, que, com carradas de razão, vive exibindo as feridas. Porque sabe que uma recusa pode custar ainda mais caro.
Outros, como a Rainha Hortência, que conhece muito bem como as coisas funcionam (melhor seria ter escrito, não funcionam) têm lá suas atividades empresariais e dão uma boiada para não brigar.
E existem, é claro, os desfrutáveis de sempre, como Robson Caetano e Doda, alienados, acríticos, que se deixam usar pela suposta honraria e que devem argumentar que é melhor tentar fazer alguma coisa a ficar apenas apontando as mazelas.
Marta, do futebol, e obrigada a viver fora do Brasil, foi indicada pelo COB mais para cutucar a CBF do que por outro motivo.
Amanhã, quando a sociedade cobrar resultados do trabalho da comissão, seus membros dirão que pouco se reuniram e não tiveram meios para fazer nada de efetivo. E os cartolas dirão que faltou a eles idéias, capacidade gerencial, presença nas reuniões, essas coisas.
E ficará tudo por isso mesmo.
Sem se dizer que o regulamento da Comissão tem uma verdadeira lei da mordaça em seu capítulo sobre “Infrações”: “Os membros da Comissão de Atletas são jurisdicionados do COB e estão sujeitos às penalidades que lhes forem impostas por infração à Carta Olímpica, ao Estatuto e aos Regulamentos e decisões do COB”.
Houve membro da Comissão que nem leu…
Fonte: Juca Kfouri
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