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METÁSTASE

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

A “democradura bolivariana” que o lulo-petismo quer implantar com o decreto 8243, privando o Congresso Nacional eleito pelo voto para representar o povo, precisa ser desmascarada. É intolerável a implantação de “conselhos populares” nomeados pelo Poder Executivo submetendo o Poder Legislativo.

Convenhamos que atualmente senadores e deputados, em sua maioria, não são flores que se cheire; entretanto, por bem ou por mal, foram sufragados por uma eleição democrática. Temos defeitos nesta delegação e urge evitar que seja deturpada. A Lei da Ficha Limpa já foi um passo neste sentido.

Mesmo reconhecendo seus defeitos, não queremos substituir parlamentares eleitos pelos pelegos que dominam os movimentos sindicais e populares, ONGs fajutas e órgãos estudantis cooptados pelo PT-governo.

Os “conselhos populares” são na verdade “comitês bolivarianos”, assemelhando-se ao sistema cancerígeno no corpo humano. São uma “metástase”, o terror dos portadores de câncer.

A palavra vem do grego, “metastatis”, significando mudanças de lugar; e, na medicina, refere-se a uma nova lesão tumoral a partir de outra, pelo desprendimento de células neoplásicas que se disseminam pelo corpo, até mesmo a locais distantes do local de origem.

É triste reconhecer que as metástases só se irradiam tendo por origem tumores malignos, e o novo tumor é chamado de metastático.

Essa observação se vê também no nosso sistema político. O que ocorre neste caso é explicado pela multiplicação de células artificiais no conjunto da sociedade civil. A organização corporativa sadia que existia antes da ascensão da pelegagem, já não existe.

No Brasil, os sindicatos não teem mais o significado original de defender categorias de trabalhadores. Foram substituídos por caça-níqueis de pelegos assalariados ou empresários; e, quando não estão movidos pela ganância e a corrupção, servem de trampolins eleitorais.

Igualmente os movimentos sociais, antes constituídos por pessoas bem intencionadas e realmente representativas, são indefinidos e desatentos quanto às reivindicações populares, mas ativos em ações diversionistas para proveito dos seus titulares; muitos desses órgãos foram substituídos por ONGs que, se dizendo “não governamentais”, lavam dinheiro da corrupção político-administrativa, e/ou sustentam-se com verbas públicas premiando seus titulares.

Como tumores metastáticos, os “conselhos” multiplicaram-se e se espalharam por inspiração do lulo-petismo. Suas atividades se regem por ordem “de cima”. Lutam mais para prejudicar os críticos do PT-governo do que nas demandas dos seus seguidores, inocentes úteis ou mercenários.

A fragmentação dos sindicatos e a inutilidade das associações ditas populares, não lhes dão o direito de representar a nacionalidade. Substituíram pelo partidarismo as patrióticas ações em defesa da democracia e da liberdade, das reformas estruturais e dos direitos das mulheres, idosos, crianças, indígenas, negros e homossexuais.

As reivindicações dessas células são hoje apenas badalações televisadas. Em lugar das aspirações por cidadania e justiça, as manifestações desses grupos se vinculam ao PT-governo, dependentes de “bolsas” disso e daquilo.

Foi por isso que os pelegos e políticos corruptos, seus aliados, se assustaram com as manifestações de rua de junho de 2013, nascidas dos sem-partido com a pureza de exigir mudanças nas instituições dominantes e combater os métodos vigentes de fazer política.

Os brasileiros assumindo os combates de Junho repudiam as promessas demagógicas de um governo incompetente, corrupto e corruptor. Exigem que Saúde funcione, escola pública de qualidade, transportes de massa eficientes, moradias accessíveis a todos, e contra a violência urbana.

Para evitar a metástase das células fascistas que o lulo-petismo e seus satélites querem usar como aparato de poder, é fundamental a derrubada do decreto totalitário 8243 na agenda da Câmara Federal.

É preciso ter em mente o perigo representado pela tumorização metastática dos conselhos oriundos do PT-governo, para extirpar o tumor do narco-populismo nas cirúrgicas eleições de outubro

Miranda Sá

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