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Lula quebra uma promessa eleitoral

O imediatismo e a idiotia dos intelectuais defensores de Lula da Silva podem estar confusos e perturbados neste período pós-eleitoral de férias, viagens e descansos de Sua Excelência, mas espero que não tenham esquecido os seus discursos eleitorais.

Acredito sinceramente que muitos se influenciaram e divulgaram a campanha contra as privatizações do tucanato. Denúncias e críticas mais do que justas usadas para cobrar votos e eleger o Guia Amado da pelegagem.

Ainda não se passaram 50 dias da posse do homem e já desvaneceu o tema eleitoral que derrubou a candidatura de Geraldo Alckmim no segundo turno. A patota palaciana estuda a privatização das estradas, entregou o sistema securitário à iniciativa privada e se prepara para vender ações das empresas controladas pelo Estado.

A queridíssima Petrobrás, o mimado (e bastante usado Banco do Brasil), a Caixa Econômica, o Banco do Nordeste, os Correios, todas as entidades carimbadas como patrimônio do povo brasileiro, serão alienadas proximamente.

Segundo os arautos do lulismo-petismo a meta é levantar finanças para as obras estruturantes do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, lançado hoje com pompa e cerimônia. Para Lula da Silva dizer que não sabia de nada, registre-se que foi ele próprio quem mandou o Ministério da Fazenda listar as empresas estatais em condições de atrair investidores.

O célebre diversionismo do PT-governo trombeteia que não se trata de privatizações. Vão transar as ações, mas garantir o controle das empresas levadas ao mercado. Trata-se de uma novidade semântica na novilíngüa da República dos Pelegos, onde privatizar é coisa de tucanos e para o lulismo-petismo trata-se de uma contribuição para o desenvolvimento econômico.

Quando anunciou as metas do crescimento do segundo mandato, Lula da Silva não sabia (como sempre) que não havia caixa para os investimentos. Então apelou para a venda dos ativos das alegóricas empresas do nacionalismo tradicional, atropelando a opinião pública e agredindo os agentes das estatais tão ciosos em defendê-las contra o imperialismo.

Não sei quantas reuniões se fizeram durante as férias do Chefe, outras tantas na sua viagem ao Equador, mais algumas durante a reunião do Mercosul e os justificados dias de descanso, concluíram que se deve assumir outro estelionato eleitoral ou não haverá condições de acumular verbas entre R$ 17 e R$ 20 bilhões previstos para as obras de infra-estrutura.

Os tecnocratas do PT-governo apontam a quebra das promessas eleitorais e a complacência ideológica para materializar o PAC. Diante disso, valeria a pena ouvir os dirigentes sindicais das entidades envolvidas no novo programa de Lula da Silva.

Desfazer-se das ações do Banco do Brasil, da Petrobrás, da Caixa Econômica, Banco do Nordeste, Correios e outras menos votadas, é ou não é uma forma de privatização?

O discurso anti-privativista foi o trunfo para enfrentar o segundo turno contra um candidato que crescia nos últimos dias do primeiro. Ecoou tão fortemente nos setores intelectuais, nacionalistas e mesmo sindicais, que levou o adversário a nocaute com um soco de peso: 58 milhões de votos.
Forçado a conseguir dinheiro vivo para o estabanado projeto de crescimento econômico do País, Lula da Silva volta a fazer a mesma safadeza que os tucanos fizeram e foram repudiados pelo povo brasileiro. Certamente contará com o apoio dos êmulos do PSDB (porque não?) e sairá garboso do episódio apoiado na propaganda que tentará nos convencer que o Estado não perderá o controle das companhias deixando escondido o fato de que os brasileiros terão seu patrimônio escorrendo pelo ralo…

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Compadre, palavras o vento as leva, principalmente saídas de bocas irresponsáveis

Miranda Sá

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Miranda Sá
Temas: Banco do NordesteBBCEFeleiçãoGeraldo AlckminLulaPACpelegosPetrobrasprivatizaçãoPSDB

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