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GOLPE

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“Que importância faz se seguimos por caminhos diferentes, desde que alcancemos o mesmo objetivo?” (Gandhi)

Pela tristeza em assistir a dispersão de idéias sobre o impedimento de Dilma, duas coisas me preocupam. A primeira é aceitar o que os defensores da IncompetentA querem que vejamos: que o processo de impeachment é uma luta entre Cunha e Dilma, dois vilões, como se referiu a eles a jornalista Eliane Cantanhêde.

O outro desvio, resultante também da contra-informação é ver um vício de origem no encaminhamento que o presidente da Câmara faz do pedido de impeachment. Essa ilação não tem o menor sentido: um comentário saído no Facebook de autor cujo nome me escapou, e a quem peço desculpas, é perfeito:

“No caso de você receber um telefonema de um criminoso, assassino ou estuprador, lhe avisando que irrompeu um incêndio no seu prédio, você corre, recolhe o que pode e foge. E fica agradecido sem se importar com a ficha policial de quem avisou…” Essa é uma figuração semelhante ao que temos: a proposta de salvação nacional proceder de um corrupto.

Também pouco importa aos patriotas, que o escapismo lulo-petista multiplicado na propaganda televisiva e radiofônica acusem de “golpe” uma medida constitucional de que o PT se aproveitou nos governos de Sarney, Collor, Itamar e Fernando Henrique…

O próprio ministro Jacques Wagner cujo vozeirão de megafone combate o impeachment incriminando-o como “golpe” assinou o pedido que o PT tentou contra Itamar e FHC…

Embora no melhor estilo de Goebbles, a massiva e repetitiva acusação de golpe é mais uma mentira na coleção do lulo-petismo. A Constituição é clara e os advogados da Presidente sabem que nenhum jurisconsulto neste País verá o contrário. Há, pela imprensa, vários pronunciamentos neste sentido, inclusive de simpatizantes do PT-governo, impossibilitados de violentar a própria consciência.

E assim devem atuar todos que querem um Brasil liberto da quadrilha que se apossou do poder e levou drasticamente o País para a estagnação econômica, a degenerescência política e a fragilidade externa pelo abandono das fronteiras geográficas e a traição nacional de um governo subalterno ao bolivarianismo chavista.

Mahatma Gandhi, o grande pensador e ativista contra o racismo na África do Sul e pela liberdade da Índia, que epigrafamos neste texto, reforça a necessidade da união de todos brasileiros de consciência livre e espírito patriótico, apontando o caminho: “Que importância faz se seguimos por caminhos diferentes, desde que alcancemos o mesmo objetivo?”

Urge a formação de uma frente nacional pelo afastamento da Presidente inepta como administradora e leniente com a corrupção. Não importa que ruídos de comunicação e adoções filosóficas ou religiosas nos diferencie. São níveis secundários no grande jogo político da derrubada do autoritarismo petista.

Lutemos juntos para que a onda saneadora levantada pelo impeachment derrube o muro da incompetência que o Partido dos Trabalhadores ergueu na base da corrupção; e trabalhemos para que a reconstrução do governo brasileiro desmoralize a vanguarda do atraso stalinista, o carcomido centralismo estatal.

A remoção de Dilma dará ensejo para recuperarmos o triste período de abandono da harmonia dos três poderes republicanos, do desmonte do federalismo e da proliferação de grupos de pressão terroristas subvencionados com verbas públicas contra os interesses nacionais.

Temos na verdade um golpe; o golpe do continuísmo. Impeachment já!

Miranda Sá

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