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FÁCIL OU DIFÍCIL ?

MIRANDASÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

Não venho tratar de problemas de palavras cruzadas nem do Sudoku, mas de uma das lições mais inteligentes que recebi sobre as dificuldades ou facilidades de aprender, fazer e entender, é um pensamento de George Santayana que guardo comigo desde a adolescência (que vai muito longe): “O difícil é o que se pode fazer facilmente; o impossível é o que exige um pouco mais de tempo…”

Não conheço qualquer pesquisa de opinião ou estatística sobre isto, mas a minha grande dificuldade no estudo foi a Matemática, principalmente a sua etapa superior; e fiquei satisfeito em compartilhar isto com Shakespeare que disse: “Deixei de gostar da matemática depois que “x” deixou de ser sinal de multiplicação”.

Sou melhor que ele, porque gostava (e gosto) das expressões matemáticas em equações de primeiro grau que buscam a igualdade entre duas quantidades. E  amo a Geometria, o que me levaria a conviver com os antigos filósofos gregos….

Na alvorada da minha vida tive uma fácil compreensão geográfica e histórica; pena que a Geografia Política mudou do meu curso primário para cá com a descolonização na África e na Ásia e as consequências da 2ª Guerra na Europa.

A História ficou. Como o passado não muda, apenas enriquece com novas informações, tenho estudos arquivados na massa folheada dos meus neurônios, guardando curiosidades e anedotário sobre personalidades que se sucedem por gerações….

Lembro, por exemplo a narrativa do historiador pioneiro, Heródoto, sobre o primeiro grande faraó, Keops, que se vendo em dificuldade financeiras para concluir a construção da sua pirâmide, levou sua filha à prostituição, cujos honorários cobrados eram pedras de dez por dez metros…

Coisa pouco conhecida, como a consagração do Ovo que se transformou em caríssimas joias no reino czarista e foi adotado pelo cristianismo imperial como símbolo da Páscoa. Surgiu por uma coincidência: um ovo vermelho de galinha posto no dia do nascimento do imperador romano Alexandre Severo, que reinou nos anos 235 da Era Cristã e foi bastante influente na Igreja Católica Romana.

Para matar a curiosidade não podemos deixar de estudar e, satisfeitas as pesquisas feitas, é uma obrigação divulga-la. É necessário não deixar qualquer vácuo na informação; todas as coisas são importantes para o interlocutor.

Cumprindo a minha tarefa de descobrir coisas de interesse geral, descobri uma coisa simples para uma palavra que está internada na UTI da Linguística, mas em certas regiões brasileiras ainda é usada, a palavra Ponche.

Pensava que era francesa. Ledo engano: a sua etimologia é indiana significando cinco; isto mesmo, o número cardinal que fica entre o quatro e o seis…. Simplesmente se refere aos cinco ingredientes que o compõem: açúcar, água, canela, limão, rum, e bastante gelo.

Como tratamos de diversão, encontramos também uma sutil diferenciação nos termos usados na Ciência Médica, na Botânica e na Zoologia. A primeira adota o grego e as duas outras latim; e é interessante a adoção do grego nas referências às manias e fobias pela psicanálise e psicologia – talvez por influência de Freud.

A fobia – fóbos/ou, medo, + ia – é a aversão exagerada por alguma coisa (o dicionário registra “receio patológico persistente”). Ultimamente na linguagem comum usamos o termo Homofobia combatendo o preconceito aos homossexuais. Aparentados, temos Agorafobia o medo da altura; Quenofobia, medo da escuridão, Claustrofobia, medo de lugares fechados e Oclofobia, medo mórbido de multidões.

O medo psiconeurótico, irracional e doentio, dificulta os portadores da Oclofobia impedindo-os de assistir um clássico do futebol; mas facilita a higiene mental no campo da política; não vai às manifestações extremistas, comícios e invasões a prédio públicos.

Isto é fácil de entender, embora dificílimo de evitar outras enfermidades fóbicas, algumas até benvindas, como a Bolsofobia e a Moluscofobia, ambas trazendo o medo de manter a continuidade da polarização patológica destas bactérias populistas e demagógicas.

Marjorie Salu

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Marjorie Salu

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