Desde que passei a divulgar os meus textos, artigos, comentários e crônicas, tenho repetido uma definição de Voltaire que considero perfeita: “Quando o fanatismo gangrena o cérebro de alguém, a doença é quase incurável”.
O “quase” do grande pensador francês do Iluminismo foi, sem dúvida, uma concessão aos seus contestadores jansenistas, inoculando-lhes a esperança de cura; discordo, eu nunca vi uma só pessoa, contaminada pelo fanatismo, seja político ou religioso, livrar-se desse mal.
Trata-se de um vírus epidêmico no campo do pensamento para o qual a Filosofia não inventou uma vacina e nem as normas de comportamento social possuem a necessária eficácia para combate-lo.
O fanatismo atua nos cérebros infectados como uma droga alucinógena. Pela minha observação nas redes sociais acho que alguns ignoram a própria condição enfermiça não se dando conta disto; também em sua maioria desconhecem que são usados por trapaceiros.
Esses exploradores são falsos intérpretes da palavra de Deus que se assumem como seus intermediários, vendendo as alegrias do paraíso; ou são militantes partidários e pelegos sindicais que roubam o Erário (e no nosso caso, assaltam até aposentados e pensionistas do INSS).
Este quadro funesto se estende pelo mundo inteiro (com raras exceções, para justificar a regra…); mas no Brasil, mesmo contaminado, tornou-se um quadro hilariante visto por Millôr Fernandes ao dizer que aqui “os ratos põem a culpa no queijo”.
É o que assistimos no caso do assalto às velhinhas e velhinhos do INSS apoiado pelo Governo Lula numa cumplicidade explicita que chega ao ponto de usar o dinheiro do contribuinte para ressarcir o crime.
Isto é indesmentível pelas declarações de ministros e líderes partidários governistas e pelos seus seguidores fanáticos que empunham a vassoura da estupidez e se encarregam de varrer a sujeira deixada pelos “cumpamheros” nos corredores da delinquência.
É o que se vê até nas redes sociais; quando lhes falta argumento, os fanáticos repisam acusações aos críticos e denunciantes, e assim chegamos mais uma vez à conclusão de que o fanatismo está em relação da paixão pelos seus ídolos e o ódio pelos seus oponentes.
Como o etanol usado criminosamente na bebida cega o consumidor, a cegueira do fanatismo para a ética tornou-se um princípio extremista que nega o ensinamento da Antropologia que a Natureza diferencia o ser humano dos outros animais, aos que se prendem apenas ao instinto de sobrevivência e, no cio, ao acasalamento reprodutivo.
Este aprendizado leva-me à uma história que exemplifica esta diferença ambígua da animalidade; protagoniza uma cadela que vê um cão, seu irmão, ser dilacerado por uma fera e não tem o pejo de apropriar-se de um pedaço ensanguentado dele como alimento; entretanto, esta mesma cadela defenderá a sua cria e morrerá lutando para salvá-la.
Hoje e agora no Brasil, só se assiste entre os políticos a primeira expressão daquele comportamento animal. Aqui, vemos como antropofagia as mútuas acusações trocadas pelos populistas corruptos, Jair e Lula, auto assumidos mentirosamente como “de esquerda” e “de direita”.
Estes digladiam-se no ring eleitoral, mas se igualam ao assumirem o poder. Assim estimulam a devoção fanática dos seus cultuadores que rejeitam o diálogo e até justificam a violência em nome da “verdade” que defende. Perdem, dessa maneira, o poder de pensar independentemente, robotizados pelo fanatismo.
No quadro da polarização eleitoral dos populistas corruptos, o que temos é uma salada mista em que fé religiosa e a convicção política se misturam, tendo de um lado o bolsonarismo teocrático medieval e do outro o lulopetismo stalinista se acumpliciando com o crime organizado a ponto de considerar traficantes de drogas vítimas dos usuários.
Os dois populistas e seus seguidores são os exemplos mais-do-que-perfeitos do fanatismo que temos no infeliz Brasil dominado por um Sistema Corrupto que estimula o egoísmo, a falta de patriotismo, a ganância e a locupletação no governo em benefício próprio, Chega!
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