Um dos meus queridos camaradas da Tribo do Bem – Comunidade virtual que vem dos tempos da primeira versão do Twitter – achou estranha a expressão “caçuá cheio de Esperança” que usei na primeira postagem de 2025.
Muito usado no Nordeste, o termo Caçuá se refere a um cesto de cipós que serve de cangalha dos jumentos para carregar mercadorias ou objetos de uso pessoal do dono do animal. Dicionarizado, o verbete é gramaticalmente um substantivo masculino de etimologia desconhecida.
Ainda hoje nos sertões, os caçuás além de servir de armação de transporte de cargas, é usado como berço, facilmente balançado para acalmar bebês chorões… E é como berço esplêndido que o Brasil vem deitado, o hino fala “eternamente”, sem reagir aos desmandos da política corrupta e corruptora.
Não creio que seja imorredoura a letargia nacional diante da criminosa polarização, que muda de contendores e agora confronta os políticos populistas e corruptos, Lula da Silva e Jair Bolsonaro. Não é este o destino da nossa Pátria.
Embora o conceito de Destino seja antiquíssimo, sempre discutido, estudado e pensado pela civilização, na nossa cultura ocidental é herdeira da filosofia grega, a sua concepção tem a mesma visão filosófica dos antigos estoicos, Crispo, Posidônio e Zenão; “é uma ‘causa necessária’ de tudo”, ou, “a razão pela qual o mundo é dirigido”.
No panteão da Mitologia Grega havia três deusas primordiais, as Moiras, cujas decisões não podiam ser contestadas nem mesmo por Zeus, senhor de todas as forças da natureza e todos seres viventes. Eram irmãs, e traçavam o destino dos deuses e dos seres humanos.
A irmã mais velha, Cloto, se responsabilizava por tecer o fio da vida de cada pessoa a partir do nascimento; a do meio, Láquesis, media rigorosamente o fio da vida e determinava o tempo que a pessoa passaria na Terra; a mais nova, Átropos, se encarregava de cortar o fio da vida no momento da morte.
Como verbete dicionarizado, a palavra Destino é um substantivo masculino com vários significados, como fatalidade, determinando os acontecimentos superiores acima dos propósitos humanos; seus sinônimos são: Sina, Sorte, Futuro, Fatalidade, Fortuna; e “moira”, no singular, também significa destino.
Conforme observou Homero, o destino é um fio que se enrola em cada pessoa. E esse fio é tão inamovível quanto fiel ao comprimento que Láquesis mediu. A inevitabilidade de tudo que acontecia, acontece e vai acontecer.
No contraditório, para o budismo – uma religião sem deuses – não há destino, tudo é causa e consequência; o que vivemos numa vida se manifesta em outra vida, com outra identidade, com repercussões e efeitos. Na visão de Buda, o importante é que a pessoa pode mudar seu karma, pode modifica-lo pelo comportamento.
Tenho certeza que as Moiras respeitam o Destino da nossa Pátria, dedicando-lhe bons augúrios ao seu povo miscigenado pelo sangue de origem diversa, amarelo, branco, preto e vermelho, a brava gente que constrói o futuro do país a despeito da degenerescência política dominante.
Sob o pendão verde amarelo a maravilhosa Nação Brasileira, nos leva ao poeta Olavo Bilac, que com o seu ufanismo de patriotismo sincero e ingênuo, lembra que mesmo nos momentos de dor, tremula uma mensagem positiva de esperança, paz e grandeza.
Comungo com a declaração de amorosa esperança do poeta e como ele poetou, alguém via me inquirir: – “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo perdeste o senso!”, ao que respondo que as ouço de olho nos espíritos dos nossos heróis vagando no espaço.
E, parodiando Charles Bukowski – o velho safado da poesia norte-americana, um pássaro azul que do meu peito quer sair cantará o destino radioso do Brasil.
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