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Dilma no JN

Dilma Rousseff saiu-se muito bem na primeira entrevista com presidenciáveis no “Jornal Nacional”.

O formato de 12 minutos é perfeito para ela: dá tempo para mentir à vontade, sem tempo de ser desmentida. A mentira bate e fica. Não podia ser melhor.

A esta altura, já não interessa mais discutir a impostura da candidata de Lula. No ramo da falsificação, a nova dona de casa do Brasil – como se definiu para Fátima Bernardes – já fez “de um tudo”, como se diz. De espionagem das contas pessoais de D. Ruth Cardoso a tráfico da imagem de Norma Benguell.

Para William Bonner, na bancada do principal telejornal do país, Dilma declarou que seu padrinho pegou o país com a inflação “fora de controle”. E que foi muito duro para o governo do PT colocar as finanças no lugar e conquistar a estabilidade.

Num país com um mínimo de discernimento, memória ou simplesmente juízo, tal declaração seria um atestado definitivo de mitomania. Coisa de Napoleão de hospício.

Mas o Brasil é uma nação distraída. Lula é hoje, praticamente, o pai do Plano Real. E Dilma é a mãe.

Já não tem mais a menor importância lembrar que o Plano Real enfrentou o bombardeio do PT – e também do FMI, esse mesmo que, segundo Dilma no JN, “dava toda a receita do que a gente ia fazer” na era pré-Lula.

O governo anterior ao de Luiz Inácio I (e único) foi o que desafiou o Fundo Monetário, executando um plano de estabilização à sua revelia. E que obteve para o Brasil, quatro anos depois, o primeiro crédito do FMI sem exigência de contrapartida político-econômica.

O saneamento das finanças nacionais, o renascimento da moeda, o fim da dívida pública clandestina, as bases para o brasileiro ganhar poder de compra e o país ganhar autonomia na comunidade internacional – tudo isso sumiu na poeira da retórica populista.

Roubar a história está mais fácil que roubar joalheria em São Paulo. 12 minutos são mais do que suficientes.

O Fla-Flu entre Lula e Fernando Henrique é totalmente inútil – a não ser para os correligionários de ambos. Para o resto dos brasileiros, o que interessa é outra coisa: saber quem fez, para aferir quem tem capacidade de fazer.

Se depois de assaltar o passado à mão armada, Dilma devolver com juros (altos) e correção monetária um futuro melhor, o Brasil deve apoiá-la, reelegê-la, consagrá-la.

Vai ver essa promessa de futuro está escondida debaixo de alguma pilha de dossiês. Mostre-a ao Brasil, candidata, em vez de circular por aí com o currículo alheio.

Guilherme Fiúza, jornalista e escritor

Marjorie Salu

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Marjorie Salu

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