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BANQUEIROS (2)

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

O socialismo do lulo-petismo é a ideologia distorcida dos pelegos sindicais salgada com as lágrimas das viúvas de Stálin; provoca gargalhada mesmo em momentos de decoro, como enterros, ou nas aflitivas crises econômicas.

Isto ocorre, na prática, com o PT e seus satélites na tragicomédia das palavras-de-ordem que recuam ao século 19, quando eram levantadas pela turba na comuna de Paris e que hoje não passam de pilhérias. Como levar a sério uma faixa exibida na ‘mininfestação’ pró-Dilma, “Por um Estado proletário”?

Até as pessoas mais ignorantes vêem que esta reivindicação não corresponde à realidade. E é contraditória levantada por quem defende um governo que nada tem de proletário e se um dia teve algum, aburguesou-se, enriqueceu…

Não foi por acaso que na sua primeira eleição Lula da Silva correu para Walt Street e de lá trouxe Henrique Meirelles para ser ministro da Fazenda; e Dilma, afundando, chamou Joaquim Levy…

O PT-governo é, na realidade, um governo ideal párea os banqueiros, como comprova o trabalho da jornalista Anay Cury no G1, sobre o lucro obtido em 2013 pelos quatro maiores bancos brasileiros, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander.

A informação não surpreendeu os especialistas, nem mesmo os observadores de longe, como eu, apenas leitor das finanças pela imprensa diária. O que realmente impactou foi o lucro dos bancos que somado é maior do que o PIB de 83 países, segundo dados do Fundo Monetário Internacional.

Passado um tempo deste levantamento, vem o banqueiro Roberto Setubal, presidente do maior banco privado do Brasil – o Itaú Unibanco – defender Dilma! O faz, sem dúvida, de olho nos lucros que poderão cair com a saída da Presidente. A dupla proteção dos seus ganhos e do mandato da Presidente é exagerada.

Não precisava minimizar as pedaladas fiscais questionadas pelo TCU, nem ver indícios de envolvimento dela nos esquemas de corrupção. Embora financista, Setúbal parece não levar a sério os relatórios das agências de risco, despreza os registros da economia que o FMI divulga e não tem acompanhado a evolução da Operação Lava Jato.

Ao trocar interesses com Dilma, o dono do Itaú Unibanco mostra que o Brasil do PT é o paraíso dos banqueiros; diante deles, os empresários da Indústria, do Comércio e dos Serviços são a escória que apenas come os restos do banquete. Havia a exceção dos empreiteiros na arapuca armada por Lula e José Dirceu, hoje criminalizada.

Será que há algum banqueiro socialista bolivariano? Se os há, é puro fingimento “setubalístico” para iludir os “communards” que ressuscitaram de 1781 e os ainda estonteados sobreviventes da queda do Muro de Berlim. O banqueiro é um banqueiro e o narco-populista é um narco-populista.

O anedotário histórico conta que Mayer Amschel Rothschild, o fundador do maior sistema bancário dos tempos modernos, leu no jornal socialista ‘Aurore’ um comentário dizendo que com os milhões acumulados pelos seus bancos na Alemanha, França, Holanda, Inglaterra e Itália, poderiam acabar com a fome de todos habitantes da Europa pela vida inteira.

Vivia-se nos fins do século 18. Sem guarda-costas, Mayer foi à redação do ‘Aurore’ e dirigiu-se para a mesa do jornalista autor do comentário. Em voz alta disse: – “A Europa tem aproximadamente 200 milhões de habitantes e eu possuo 200 milhões de florins, dessa maneira, cabe um florim para cada europeu matar a fome pelo resto da vida”. Meteu a mão no bolso e tirou a moeda de um florim, jogando-a sobre a mesa: – “Tome o seu!”

Miranda Sá

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