O bigodudo stalinista Olívio Dutra, pode adotar a ideologia que for, pode continuar errado dentro de um PT que já não é o partido que ajudou a fundar, mas uma coisa é certa, não é um esquizofrênico lulo-petista que, cultuando a personalidade do chefe, perde a noção da realidade.
Com essa personalidade, Olívio Dutra não surpreendeu a inteligência gaúcha ao dizer, numa entrevista radiofônica que José Genoino esteve errado ao assumir o mandato na Câmara Federal após a condenação a 6 anos e 11 meses de prisão.
O velho militante de esquerda falou ‘ao vivo’ admoestando pessoalmente o companheiro envolvido com o Mensalão: “Eu acho que tu deverias pensar na tua biografia, na trajetória que tens dentro do partido. Eu acho que tu deverias renunciar. Mas é a minha opinião pessoal, a decisão é tua”.
A repercussão foi imediata. Entre os petistas desiludidos e alguns até indignados, despertou a esperança de ver um protesto mais amplo, envolvendo lideranças divergentes do pragmatismo pelego; mas os quadros policialescos, como André Vargas, investiram contra Dutra violentamente.
O que há de real é que assumindo como suplente uma cadeira na Câmara dos Deputados, Genoino arrasta consigo apoio dos parceiros, feridos no amor próprio ao ver vislumbrar-se neste País o fim da impunidade. São os cúmplices psíquicos de toda corrupção, de toda a roubalheira que avilta a administração do PT-governo.
Assumindo o mandato parlamentar, enquanto aguarda a tramitação em julgado da sentença que o condenou, Genoino teve o desplante de declarar que se sentia “confortável” tomando posse. Em minha opinião, talvez esteja certo, adentrando no Clube dos 300 Picaretas como sócio privilegiado, como os ex-detentos se sentem ao voltar para suas quadrilhas.
A imprensa estampou fotos da solenidade de posse. O Estadão teve um flagrante feliz clicado pelo repórter fotográfico Beto Barata, com o Ficha Suja empossado, tendo ao lado o bonzo Ricardo Berzoíni, o suspeitoso José Mentor, e o irmão, alcunhado de Capitão Cuecão no Ceará, estado de origem.
Como ensinam os sábios chineses, tem-se ali uma imagem que vale por muito mais de mil palavras.
O silêncio da ilustração não contesta que à luz do ordenamento jurídico brasileiro, Genô tem o direito de assumir, como suplente, a vaga aberta por um companheiro na Câmara dos Deputados. Mas, como já disse alguém, nem tudo que é legal e legítimo, é moral e ético.
Nessa esteira da falta de ética e imoralidade política, o ex-presidente do PT não se refestela sozinho; ele vive uma mudança de comportamento próximo a um caso clínico, doença mental endógena que lhe põe num mundo irreal; mas seus companheiros de bancada, erram por errar, metendo os pés pelas mãos.
É o caso do presidente do Clube dos 300, Marcos Maia, que conduz a situação criada por quatro deputados condenados, como se fosse prior de um santuário medieval, como o que inspirou o grande Vitor Hugo na criação do Corcunda de Notre Dame.
Felizmente aproxima-se a troca de comando na Câmara dos Deputados, um universo paralelo ao Clube dos 300. Não creio que o futuro presidente acomode-se num parlamento parecido com uma ante-sala de cadeia.
Esta situação levaria ao apodrecimento final do Legislativo, particularmente porque na outra Casa, extravagantemente estamos assistindo o retorno na presidência do senador Renan Calheiros, que dispensa apresentações, apenas um lenço no nariz.
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