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As “ecobags” nas compras de supermercado

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Defender de modo virtual o meio ambiente é uma coisa, promover ações “politicamente corretas” para fingir oferecer resistência à degradação, é outra… O mais atual e maior exemplo disso foi a proibição das sacolinhas plásticas de supermercado.

Não há porque negar que a maioria dos consumidores apoiou virtualmente a medida, sustentando a preservação ambiental, mas quando foi para a prática do dia-a-dia, a coisa mudou de figura.

Na hora de passar as compras, alguns macaquearam os ativistas norte-americanos, pedindo “ecobags” – sacolas biodegradáveis de amido de milho – para acondicioná-las e, qual a surpresa, elas custariam R$ 0,19 cada uma.

Numa “feira” de não-perecíveis no fim do mês, usa-se de20 a30 sacolinhas, aumentando o custo das compras num cenário de preços já inflacionados, e todos se perguntam por que este valor não é assumido pelo sistema comercial.

Pode ser até que as redes de supermercado gananciosíssimas repassassem o preço para os clientes, mas pareceria mais justo; o que não pode é o povo pagar por uma norma municipal que proíbe o comerciante a distribuir sacolas plásticas, como era usual.

A mudança de hábitos, meio apropriada, meio demagógica, entrou em vigorem São Pauloesta semana, criando confusão nos caixas das lojas. Fregueses buscando adaptar as embalagens de legumes ou procurando caixas de papelão para levar as compras.

O que se constatou é que a sacola biodegradável de amido de milho ao custo de R$ 0,19, encalhou. E os clientes estão certos. Embora a proibição das sacolas plásticas esteja vigorando, não tem força de lei.

Ocorre é que o pensamento de defender a natureza pode prevalecer através da educação, como ocorre na Europa, onde os compradores levam às compras suas bolsas não descartáveis.

Na opinião da Associação dos Supermercados de São Paulo, através do seu presidente, João Galassi, “A adesão foi ótima. É uma mudança de comportamento que o consumidor gostou de fazer”. Opinião que tem a ver com mais uma forma de engordar os lucros, sem distribuir sacolinhas…

Ao contrário da ideologia comercial, Miguel Baiense, diretor executivo da Plastivida, Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos, discorda da medida. “Estive em várias lojas e notei muito improviso. A sacola plástica é um direito do consumidor. Colocar alimentos no carrinho ou nessas caixas é falta de higiene.”

Nesse choque do mar com o rochedo quem sofre é o marisco – o consumidor. Em minha opinião poder-se-ia conciliar as coisas. Tudo continuaria como antes, os supermercados distribuindo as sacolinhas – desta vez biodegradáveis, contribuindo para que a indústria se adaptasse e mantivesse os empregos.

Infelizmente não é assim que pensam os políticos imediatistas às vésperas de uma eleição.

Miranda Sá

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