Dizem – e até afirmam – que a presidente Dilma Rousseff começou a governar agora, no início do seu segundo ano de mandato; uns falam isto pelo sectarismo partidário, outros de má-fé, e mais alguns teem a visão distorcida da realidade.
O que vejo nesses catorze meses de presidência, porém, é um balanço negativo. Dilma foi eleita (como um poste) graças ao inegável prestígio do seu antecessor, e pela fragilidade das forças de oposição; e, até agora, apenas assistimos corrupção, derrubada de ministros, mais corrupção, e inabilidade na condução da coisa pública.
Quanto ao ministério fracionado em capitanias hereditárias, vai tudo às mil maravilhas. Um capitão-mor laranja à frente e um grupo de aproveitadores avançando nas verbas destinadas ao órgão.
Quando se aparecem comprovadas denúncias de malfeitos, Dilma muda de ‘ministro’, sempre trocando seis por meia dúzia… Não há prova maior do que isto para mostrar que não há governo, como gostariam os anarquistas tê-lo, para derrubá-lo…
A Administração Pública atual é uma cópia do antecedente; noves fora a crise européia, a semelhança cresce neste rumoroso caso CBF & Ricardo Teixeira. Lembremos a relutância da Presidente em demitir o corruptozinho Orlando Silva, do Ministério dos Esportes. Pois bem, Orlando compunha com o não menos corrupto Ricardo Teixeira uma dupla harmoniosa, ambos parceiros de um terceiro personagem, o outro Silva, o Lula, com relações pessoais íntimas com Teixeira aqui e no Exterior.
O PCdoB, partido de Orlando, omitia-se e calava-se diante dos desmandos de Teixeira na CBF. Saindo um pecedobista e entrando outro, Aldo Rebelo, o Ministério dos Esportes continuou o mesmo, mas as relações com a CBF foram alteradas.
Às vésperas de uma Copa do Mundo (tão negociada pelos agentes da corrupção), Ricardo Teixeira termina abandonando os cargos de direção que ocupava na CBF e no COL, mantendo-se na diretoria da FIFA e do Comebol, só prá chatear os ex-amigos do PCdoB.
Pulando do futebol para a política (Dilma foge do futebol diferentemente de Lula e nada entende de política), a Presidente se mantém de joelhos, sem imaginar que pode ficar de pé…
A Guerrilheira devia ter lido Clausewitz, “Da Guerra”, e ouvir Juca Kfouri de vezem quando. Oestrategista alemão escreveu que a guerra é a continuação da política, e o jornalista, parodiando-o, diz que a política é a continuação do futebol…
Na política, Dilma não consegue escapar das pressões e das chantagens que a cercam. São tantas que até há quem profetize que não agüentará por muito tempo tal situação, coagida a manter um ministério que não se encaixa com a sua formação – pelo menos a formação que os seus pseudo-biógrafos sugerem.
Como se poderá governar sem ter auxiliares com boa intenção de atender às necessidades nacionais e populares? É verdade que os eleitores de Dilma pouco ou nada esperam dela, mas os 44 milhões de votantes contrários não admitem a sua subalternidade às gangues – ‘ditas partidos’, em nome da governabilidade.
Um novo viés ‘dilmista’ tenta nos persuadir de que a Presidente espera o resultado das eleições de outubro para então definir o seu rumo. Dizem que ela aguarda uma renovação dos quadros políticos (talvez o crescimento da representação petista) para constituir um governo sério e produtivo.
Dialeticamente, porém, pode ocorrer o contrário: Poderá vir uma nova geração de aproveitadores e oportunistas, ansiosos por obter vantagens pessoais e famélicos por sinecuras. Passados então dois anos de mandato, como Dilma se livrará deles, se não conseguiu fazê-lo com os ‘coronéis’, contumazes e carcomidos?
A sua ascensão como Poste vai levar-lhe fatalmente à queda, infelizmente sem descobrir que nunca precisou dos 300 picaretas para afirmar-se na Chefia da Nação, o que aconteceria apenas servindo patrioticamente ao seu povo.
O contrato existente com o fisiologismo e a corrupção, feito pelo seu antecessor, lhe servirá somente para um dias ser notícia na revista Forbes como possuidora de alguns milhões em paraísos fiscais….
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