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Os números e o DNA dos governos do PT

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

O tempo, estimado em números, mostra-se negativo para o governo Dilma. Nos seus 180 dias na chefia da Nação e a queda de três ministros (dois por suspeita de corrupção), a Presidente nada fez de importante a não ser pagar contas do PAC assumidas pelo governo Lula.

Também os números, na aritmética do economês, vê-se que do total de pagamentos despendidos em 2011, nada menos do que 87% (ou R$ 10,6 bilhões) se refere a “restos a pagar”, quase tudo atribuído ao filho que Dilma reconheceu – no cartório da opinião pública – e batizou como PAC.

Os números da matemática elementar da administração do programa, trazem um péssimo resultado, porque o PAC é, na verdade, um filho perdulário, irresponsável e preguiçoso. Não cumpre as tarefas e quando ensaia fazê-las, não sabe gerenciá-las.

A certidão de nascimento do PAC foi válida na campanha eleitoral passada, e se continua a ser apenas um papel, não foi por falta de dotações, números abundantesem reais. De R$ 1,6 bilhão destinados à Saúde para as Unidades de Pronto Atendimento, por exemplo, apenas R$ 120 mil foram pagos até agora.

E a cobrança que o Ministério faz de R$ 480,2 milhões neste ano, na conta das UBS, não tem sentido, porque não se cavou a vala para o alicerce de uma só..

Constata-se, também, que os subsídios embutidos em programas do PAC no primeiro semestre deste ano somaram R$ 2,92 bilhões, ou seja, 26% do total, correspondendo a mais de 90% do aumento dos gastos em 2011.

Depois do que ocorreu no Ministério dos Transportes, dá para desconfiar, e pedir aos órgãos competentes para redobrar a vigilância. À oposição – me perdoem àqueles que fazem uma oposição de fato – não adianta instigar, sendo melhor esperar que os bons repórteres investigativos da chamada grande imprensa, trabalhem.

Parece-me necessário apelar para a Rede Social, pedindo informações e análises sobre as operações financeiras do governo central e dos seus órgãos auxiliares, como o BNDES, na convergência do desconfiômetro da opinião pública.

É bom que não esqueçamos que a quadrilha responsável pelos escândalos nos Transportes ainda se mantém como dantes e já se articula para voltar triunfante para recolher os produtos do saque ao Erário. É uma organização antiga manobrista do esquema de deterioração do aparelho de estado.

Chega de canalizar o patrimônio nacional para enriquecer picaretas como Palocci, Fabio Luis da Silva – o Lulinha, e Gustavo Moraes Pereira, este último, filho de Alfredo Nascimento, mais capaz de enriquecer em menos tempo do que os outros dois.

A fantástica trajetória dos três suspeitosos exemplos de enriquecimento ilícito que estão na ordem-do-dia, deve sensibilizar a todos que querem passar o Brasil a limpo. No caso

mais próximo, de Gustavo, é bom dizer-se que a sua performance de multiplicar o capital de R$ 60 mil para R$ 52 milhões, um gigantesco crescimento de 86.500%, superou a carreira inteligente de Lulinha e ultrapassou todas as “consultorias” dos pelegos, principalmente a de Palocci.

E não é um fato novo como querem. Não foi a reportagem d’O Globo, mas uma denúncia do repórter Claudio Dantas Sequeira, contida numa edição da Istoé de 2009, relatando o sucesso do jovem Gustavo.

Isto, porém, não é importante. Significativo (adjetivo muito usado nos discursos parlamentares dos pelegos) é a origem de Gustavo, Lulinha e Palocci, cujo êxito vem da ligação com os governos do PT.

E em todas essas malhas tricotadas pela cultura da corrupção, encontramos o DNA das empreiteiras que, no dizer de um tuíter, conseguem juntar governistas e oposicionistas em sua defesa, como financiadoras de campanhas de gregos e troianos.

Miranda Sá

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