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O poder invisível dos usuários da Internet

MIRANDA SÁ,  e-mail: mirandasa@uol.com.br

Estima-se existir no Brasil mais de 90 milhões de internautas de 14 anos ou mais, e a significativa fração de 40,06% dos 190.732.694 milhões de brasileiros, surfam no mundo maravilhoso da Internet, visitando sites  das redes sociais, como Orkut, Twitter, Facebook, YouTube e outras.

Este quadro indica uma corrente de opinião que se intensifica na medida em que o acesso é estimulado, por curiosidade, sede de informação e até por brincadeira. Os antigos usuários do Twitter, como eu, experimentam a entrada diária de interlocutores politizados que interveem nos debates enriquecendo-os.

No campo da política alguns começam retuitando políticos e agitadores partidários, ora aplaudindo-os ora criticando-os em tiradas inteligentes. Outros não passam de militantes fanáticos desta ou daquela causa, ou simplesmente ingênuos que vão na onda.

Dizem os espertos em mídia televisiva que a pessoa, diante da câmera  não esconde sentimentos que as palavras não exprimem; assim também, felizmente, ocorre na mensagem virtual. Os mercenários, felizmente, não convencem; ficam um pouquinho e depois recolhem-se aonde nunca deveriam ter saído.

Gosto muito de um pensamento de Oscar Wilde que reza: “Se alguém diz a verdade, pode estar certo de que será descoberto, mais cedo ou mais tarde”, e cai como uma carapuça na cabeça dos “sabidos”.

Ao contrário das jogadas de marketing político virtual as campanhas autênticas recebem ruporosa acolhida, e crescem na espontaneidade dos usuários da Rede Social, como o Brasil viu no caso da Ficha Limpa. Sob pressão do eleitorado, deputados e senadores aprovaram a iniciativa popular

Os aposentados e seus familiares, por sua vez – apoiaram os seus defensores no Congresso, como o senador Paulo Paim, e viram aprovados o aumento de 7,72% e o fim do fator previdenciário.

Quando da votação do Salário Mínimo, e a renúncia absurdamente antidemocrática do Congresso em legislar, mais de 300 mil tuiteiros se manifestaram no TT “#abaixodecreto”.

Assim, o poder invisível dos usuários da Internet, não funciona apenas no Norte da África e entre as infames ditaduras do Oriente Médio. Ele se faz presente, influencia e grande parte das vezes prevalece na pauta dos jornais, conquistando a opinião pública.

Está decretado na realidade mundial, e no Brasil em particular, o fim do velho costume palanqueiro dos discursos exacerbados como, igualmente,  a agitação e a propaganda do revolucionários. Já podem ser consideradas aberrações no universo da comunicação social.

A Rede Social da Internet está por manter – brevemente – uma eficaz ascendência sobre a sociedade e daí atingindo os três poderes da República. Desse jeito, poderia começar agora, exigindo o julgamento dos mensaleiros já, contra a CPMF e por uma reforma política que atenda a cidadania, aperfeiçoando a Democracia, e não o remendo enganador que só favoreça aos políticos profissionais.

Miranda Sá

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