Após as vigorosas manifestações de protesto do povo brasileiro e a conseqüente e lógica queda de 27 pontos percentuais da popularidade da presidente Dilma, veio o pior. Na mais perfeita expressão popular referindo-se a repulsa: “Além da queda, coice!”, evidenciando-se que 81% dos brasileiros tacham partidos como “corruptos ou muito corruptos”.
Não se destacou uma só exceção na pesquisa Ibope divulgada pela transparência internacional. O que ficou transparente é que partido a varejo só confunde e prejudica o exercício democrático: um balaio-de-gatos, que pressupõe vigorar no Brasil trinta e oito ideologias à disposição do eleitorado…
Escreveu alguém, não gravei o nome do articulista, colunista ou talvez missivista do Estadão: “Haja ideologia para tanto partido”; e a gente pode estilizar, escrevendo: “haja partido para tanta fraude”.
Os piores e maiores partidos, dominam um Congresso à mercê de uma “classe política” de duvidosa representatividade. Bancadas envolvidas em esquemas de clientelismo, nepotismo, fisiologismo e o efeito dessas práticas, a corrupção. E o inconveniente é que está nas mãos desse Congresso a desejada reforma política para higienizar a nossa Democracia.
Saindo da picaretagem parlamentar – ou para lamentar – caímos no pântano de uma administração pública incompetente. Como nunca neste país, temos um governo, o governo do PT, tão inapto! A Presidente diz uma coisa hoje e outra amanhã; ou diz uma coisa e um ministro ou secretário distorcem o sentido.
Não há exemplo melhor para constatar isto do que o devaneio da constituinte exclusiva… Repudiada e natimorta. E veio depois o insustentável plebiscito, defendido como questão de princípio pelo lulo-petismo, mas rejeitado até pela base alugada… E foi empurrado com a barriga para depois da eleição de 2014!
Há uma figuração que descreve com exatidão o que ocorre com a presidente Dilma; ela está como cachorro que caiu do caminhão de mudança… Corre atrás do veículo até cansar. O animal de estimação desiste; mas ela se põe à espera de um milagre, um fato extraordinário, acima do determinismo histórico.
Seu profetizador, capaz de feitos notáveis na arte de vender idéias, é o marqueteiro João Santana, preferido das entidades bolivarianas… Aqui, elegeu um poste; na Venezuela, criou um ‘pajarito falante’ ressuscitando discursos demagógicos do finado Hugo Chávez. De Santana, os projetistas do poder de 20 anos do PT esperam a impossível recuperação do PT perante a opinião pública.
O mago do marketing já iniciou o processo de prestidigitação, ao estabelecer o prazo de quatro meses para Dilma recuperar o patamar de prestígio. Não sei como. O que se vê é a perda política no Congresso e uma economia descendo o tobogã implacável da inflação, trazendo a carestia de vida com o aumento geral dos preços e a queda do poder aquisitivo do dinheiro.
Ilusionismo não dá certo posto na realidade. O horizonte da conjuntura econômica, social e política está nevoento, enigmático. E o PT-governo, sob a batuta da desastrada maestrina Dilma, para Lula uma virtuose do gerenciamento, é o retrato do fracasso que, aliás, demorou a chegar graças à herança bendita do Plano Real.
A verdade está iluminada nas ruas: de um lado, assistimos a explosão espontânea das massas, sem organização, sem lideranças, e sem um programa, senão o protesto contra os malfeitos que se acumulam cotidianamente. Do outro lado, a mobilização endinheirada para uma reação típica do fascio-populismo, com os “movimentos sociais”, liderados por centrais sindicais cooptadas, de um MST adestrado, e de uma UNE amestrada…
O heróico povo brasileiro levou milhões às ruas com vigor e independência, enquanto o braço apelegado do PT-governo não arregimentou 10% do que pretendeu, e radiografou o insucesso da estratégia desesperada do golpismo.
Que ‘elles’ continuem à espera de um milagre. Que não virá do espaço…
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