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Seqüelas da CPMF

Senador Mozarildo revela chantagens do PT-governo

Em vibrante discurso o senador Mozarildo Cavalcanti relatou o episódio da convocação do governador Ottomar Pinto para uma reunião com Lula e ouvir dele a garantia de que iria autorizar a transferência das terras do INCRA para Roraima, como foi feito com o Amapá no dia 7 de dezembro. O governador morreu no dia 11, esperando ser recebido pelo Presidente. A revelação da chantagem é direta: – Eu estive com o governador na véspera e conversei com ele. Eu lhe disse: “O senhor esteve com o presidente Lula para falar só desse mandato. O presidente Lula disse que “em semanas” a situação seria resolvida. Isso foi em março! Entendo que, quando você fala “em semanas”, é menos de um mês, porque, se forem meses, você fala “em meses”.

– “Em dezembro, mandam chamar o Governador para vir aqui ouvir: “Nós assinamos o decreto das terras desde que o senador Mozarildo vote a favor da CPMF”. Eu disse: “Governador, vá conversar com o presidente. O senhor acredita que o Presidente merece a nossa confiança? Vá conversar e veja qual é a proposta concreta dele”. “Infelizmente, o Governador não teve chance de conversar com o presidente porque morreu antes”.

– “Repito: Lula fez isso pelo Amapá no dia 7 de dezembro, mas chantageou Roraima pouco do infeliz desenlace governador Ottomar, dia 11. Não quero dizer que tenha morrido por causa disso não, mas o constrangimento e o trauma psicológico pelos quais passou o abateram.

– “Vou aqui fazer uma outra denúncia e chamo a atenção do Advogado-Geral da União, José Toffoli, para ela. Tenho um genro, senador Delcídio, que é procurador federal e está à disposição do Governo do Estado de Roraima. Venceu a cessão dele para o Estado e houve um pedido de renovação da cessão. Dias antes da votação da CPMF, um assessor do ministro Toffoli chamado Sérgio Luiz Rodrigues ligou para o meu genro e disse textualmente: “O seu processo está na mesa do ministro. Peça a seu sogro, senador Mozarildo, para ligar para o ministro. “Se ele ligar e declarar que vai votar na CPMF, nós assinamos a sua cessão”. E eu disse: “Diga a ele que não precisa assinar”.

Mozarildo não esteve presente à votação da CPMF porque acompanhou o féretro do falecido governador a Roraima e o enterro coincidiu com a manifestação do Senado derrotando as pretensões do PT-governo. Agora, sobe à tribuna e faz as denúncias das chantagens sofridas por Ottomar e ele próprio. (AE/UolNews/Noblat/MS)

Miranda Sá

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