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TELEVISÃO

O consumidor tem direitos na telinha?

É claro que ninguém fiscaliza os canais pagos de TV, sejam nacionais ou estrangeiros.  Os inúmeros que o Grupo Globo mantém, então, nem falar. Sei que não estou sozinho e estou principiando uma campanha procurando os direitos do consumidor. Espero que tenha repercussão.

Não bastasse a irritante vigarice dos canais norte-americanos (talvez de chineses ou japoneses) que forçam a barra para nos impingir algumas séries idiotas para atender o benevolente público americanos cujo gosto é diferente do nosso.

É impossível que ninguém proteste contra os canais Space, TNT e Warner, (entre todos os outros) que esnobam com a cara da gente repetindo filmes. O Space reprisou no ano passado 129 vezes a meia dúzia de versões do Harry Porter; seja, mais ou menos um terço dos dias de 2014.

Sem falar do Syfy, que vende caro a série “Guerra nas Estrelas”, levado ao vídeo 96 vezes no mesmo período; e ainda o charlatanismo da Warner, que já passou o “Alexandre” nos últimos cinco meses 21 vezes…

Os canais History, então, degeneraram. Iniciaram com apresentações sérias, culturais, no campo da própria História, do teatro e da pesquisa. Hoje forçam o vuco-vuco do Trato Feito, ou encenam garagens, ou procuram “relíquias” para o shopping.

Em termos nacionais salvam-se os jornais, embora de vez em quando nos irritem pela repetição de fatos e casos que empobrecem o noticiário. Distinção para a Globo News, a Band e a Cultura, que merecem aplausos.

A TV-Globo é um caso à parte. Perfeccionista na tele-dramaturgia, se perde pela exibição de material comprado no exterior por gente que não tem a menor sensibilidade. A Globo News, sinceramente, vem também deperecendo. Atualmente entre seus programas realçam o “Em Pauta” e o “Manhattan Connection” e mais uma meia dúzia de três ou quatro… O “Navegador” que propôs navegarmos por  mares além, mas navega para dentro, trazendo o pessoal da casa que nada tem a acrescentar, como a Regina Casé…

Esta semana tive pena do jornalista Mário Sérgio Conti, um erudito bem informado, entrevistando a socióloga Silvia Viana, que me pareceu aluna de Marilena Chauí pelos clichês e a falta de “sociologia”. Num marxismo vulgar omitiu o espontaneísmo das manifestações de Junho/13, do impulso popular acima e contra os partidos, e negou que os Black-blocs arruaceiros vieram para afastar o povo. Disse que o esvaziamento dos protestos foi por medo da polícia!!!

Os bate-papos inteligentes de Roberto D’Ávila e as reportagens engenhosas e argutas de Fernando Gabeira cederam lugar à promoção de livros publicados para ocupar o vazio das estantes… A tal entrevista de Conti, por exemplo, lembrou-me os locutores que levam um jabaculê para divulgar músicas que ninguém canta… (MS)

Miranda Sá

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