Categorias: Poesias

Sylvia Plath

PAPOULAS DE JULHO

Ó papoulinhas pequenas flamas do inferno,

Então não fazem mal?

Vocês vibram. É impossível tocá-las.

Eu ponho as mãos entre as flamas. Nada me queima.

E me fatiga ficar a olhá-las

Assim vibrantes, enrugadas e rubras, como a pele de uma boca.

Uma boca sangrando.

Pequenas franjas sangrentas!

Há vapores que não posso tocar.

Onde estão os narcóticos, as repugnantes cápsulas?

Se eu pudesse sangrar, ou dormir !

Se minha boca pudesse unir-se a tal ferida !

Ou que seus licores filtrem-se em mim, nessa cápsula de vidro,

Entorpecendo e apaziguando.

Mas sem cor. Sem cor alguma.

( tradução de Afonso Félix de Souza )

Marjorie Salu

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Marjorie Salu

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