Categorias: crônica

SONHOS, SONHOS, E MAIS SONHOS

MIRANDA SÁ (mirandasa@uol.com.br)

Por mais absurda que seja uma ideia, sempre tem um seguidor. Para ridicularizar os princípios conservadores da Direita, alguns trumpistas e sua versão nacional, bolsonaristas, defendem a louca teoria da Terra plana. E conquistam seguidores.

Na antiga Roma, Cícero escreveu que nada existe de tão extravagante que não tenha encontrado um filósofo para teorizá-la. Isto constamos, passados mais de 2.000 anos, ao ver intelectuais, curvando-se às mentiras de Lula da Silva, defendendo a tese de que o impeachment de Dilma “foi um golpe”. Bem concluiu Michel Temer: – “Se foi golpe, foi um golpe de sorte’.

Do outro lado da moeda falsa da polarização, a empresa Bolsonaro & Filhos, ofuscada pelo brilho diamantino das joias árabes, se aproveita para lançar no comércio das ilusões a marca Mijoia, uma experiência adquirida no mercado negro.

Esta encenação macabra dos dois extremistas nos leva a sonhar pelo fim deste cenário tenebroso da política nacional. E, em referência a sonhos, lembro que Freud, profundo conhecedor do onirismo, escreveu que quando as pessoas sonham, interiorizam na mente a realidade que vivem no cotidiano.

Curvando-me à sapiência do pioneiro da Psicanálise, reconheço que materializei minha vontade de libertar o Brasil do jogo maléfico dos extremismos, revoltado com a avalanche de mentiras que leva parar o Brasil ao acostamento na estrada do futuro.

Os autênticos patriotas desejam e sabem como é difícil enfrentar a carga propagandista midiática defendendo a polarização eleitoral entre “eles”, como uma coisa inevitável; e que é impossível varrer para debaixo do tapete da História os protagonistas trapaceiros.

Reconheço que é, sem dúvida, uma tarefa espinhosa livrarmo-nos dos ministros togados do STF com suas sentenças corporativas e, pior ainda, suspeitosamente monocráticas; será dureza higienizar e pulverizar com DDT o parlamento, livrando-o dos picaretas que o infestam; e, mais difícil ainda impichar o ex-presidiário corrupto que chefiando o Executivo, ignora a existência do Tribunal de Haia!

Assim, para ajudar o País a alcançar o sonho radioso da ordem, progresso e justiça social, raciocinamos diferente do príncipe demente Hamlet, que no dilema do ser ou não ser, exprimiu: – “Morrer — dormir; dormir, talvez sonhar — eis o problema: pois os sonhos que vierem nesse sono de morte, uma vez livres deste invólucro mortal, fazem cismar”.

Ao contrário do herói de Shakespeare, nós queremos viver e não cismar! E viver muito para realizar o nosso sonho. Esta luta exige uma vida perseverante, para ir às ruas com uma lanterna na mão à procura de um brasileiro que liberte o Brasil dos extremismos.

Citando a lanterna de Diógenes, vem à memória uma história da antiga Grécia que li muitos anos atrás, conta que  Sócrates descansando à beira de um lago, adormeceu, e sonhou que um cisne nadou ao seu encontro e se aninhou nos seus braços; repousou, e depois alçou voo para o céu.

Na manhã seguinte, o Filósofo se perguntava sobre qual seria o significado do seu sonho. Eis que bate à sua porta um jovem, pedindo-lhe que o aceite como seu discípulo. Era um rapaz bonito, alegre e desembaraçado que entusiasmou Sócrates. levando-o a refletir: – “Eis o cisne com quem sonhei! O futuro aluno era Platão.

Como vimos, ninguém deve desprezar os sonhos, porque o que sonhamos é o que desejamos, e o Brasil deseja ardentemente que apareça um político honesto para salvar a nossa Pátria.

Marjorie Salu

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