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SÍNDROMES

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“A medicina cura as doenças do corpo. A sabedoria liberta a alma das paixões” (Demócrito)

É preciso não confundir “complexo” com “síndrome”. O “complexo” nasceu de uma inspiração de Freud na tragédia grega Édipo Rei, estudando os desejos amorosos do menino pela mãe. Veio depois o lado feminino das meninas em relação ao pai que ficou conhecido como Complexo de Electra.

Estudados pela psicanálise há um sem número de complexos, que se caracterizam por falta de clareza, de difícil entendimento, e, portanto, são estudados sob os mais diferentes pontos de vista. Vão do “complexo de castração” até o “complexo de Deus”, sendo este último muito comum entre aprendizes de ditadores…

Distingue-se do complexo a síndrome. Esta define as manifestações clínicas de uma ou várias doenças. Bastante comum na Medicina e na Psicologia a palavra síndrome vem do grego “syndromé”, significando “reunião”. Para complicar, usa-se a síndrome em diagnóstico de doença pouco esclarecida, embora com os seus sintomas e sinais.

Um verbete das enciclopédias ficou muitas vezes citado nas redes sociais: a “Síndrome de Estocolmo”, que caracteriza a patologia resultante de um sequestro que ocorreu em 1973 na capital sueca, em que a vítima se identificou com seu raptor e passou a defende-lo.

Muito estudadas são as síndromes de Peter Pan, um trauma que bloqueia a maturidade do homem e a de Cinderela, mulher que espera o príncipe encantado…

Li outro dia o livro de Carmen Posadas “A Síndrome de Rebeca”. Interessantíssimo para os da minha geração e dos cinéfilos que cultuam os filmes clássicos. Vem de um livro de Daphne Du Mauruer, que foi levado ao cinema e só é encontrado atualmente nos sebos…

A Escritora fez questão de, na apresentação, esclarecer que não é psicóloga, nem socióloga, nem antropóloga, nem qualquer outro “loga”. Se confessa ser apenas uma observadora das reações humanas.

Como a grande maioria dos meus leitores e seguidores no Twitter e no Face Book são jovens, é bem possível que não tenham assistido a fita, nem lido o livro. Rebeca é um drama que se passa no interior da Inglaterra, tendo como cenário a mansão de Manderley, pertencente ao milionário Winter.

Viúvo de Rebeca, uma mulher bonita e carismática, perdeu-a tragicamente, afogada numa tormenta, e Winter se casa de novo com uma jovem simples que, encarnando uma “Gata Borralheira”, chega à casa senhorial onde ocorreu a tragédia. Lá, a moça se envolveu num jogo diabólico da governanta, sra. Danvers, que venera a memória da antiga patroa.

Ali tudo lembra Rebeca. Cuja letra inicial do nome está em todas as coisas, como monograma nos papéis de carta e nos guardanapos; até o perfume exalado no castelo era o preferido de Rebeca. Apesar deste culto à memória de Rebeca, o sr. Winters mudou-se da alcova que compartilhava com ela e terminou mostrando que a odiava…

No final, o solar de Manderley termina se incendiando e livrando a nova sra. Winters do pesadelo que viveu.

Está chegando a hora de incendiar o Brasil transformado na grande mansão dos Winters e livrar o povo brasileiro de uma síndrome política, que se abateu sobre homens acriançados, ansiando pela ingênua transformação do mundo, e de mulheres que transferem a afetividade amorosa pelo culto à personalidade de um político.

Também não me assumo como psicólogo, sociólogo ou antropólogo, mas descobri para estas pessoas as síndromes “de Guevara” e “de Olga”, que os levam a sonhar com revoluções aos moldes do século passado querendo até restaurar o falido regime stalinista.

Os guevaristas e as olguinhas fanáticos pelo sistema corrompido e corrupto do lulopetismo, e pelas doentias aspirações pervertidas, participam da minoria ruidosa e se tornam terroristas a serviço da organização criminosa com o monograma “PT”…

Marjorie Salu

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Marjorie Salu

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