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QUESTONÁRIOS & CONCLUSÕES

MIRANDA SÁ (Email: @mirandasa.uol.com.br)

A turma que veio do Tweet deve ter notado o surgimento e a multiplicação de questionários no “X” propondo-se a avaliar conhecimentos específicos e gerais. São os Quizzes antigos que haviam desaparecido e ressurgem com postagens diferentes.

O “Quiz” vem de longe como arguição ou enquete usando uma antiga palavra inglesa significando “enigma, pergunta”, dicionarizada pelo Oxford English Dictionary em 1843, e o interessante é tem uma origem anterior, datada de 1781, querendo dizer “pessoa estranha”, e mais tarde foi usado como “brincar com” ou “sacanear” ….

No nosso idioma, o verbete Quiz aparece como um substantivo masculino indicando exame, prova e verificação para testar o conhecimento de alguém com perguntas sobre Esportes, Cinema, Geografia, História, Literatura, Matemática e Personalidades.

Trocando em miúdos, trata-se de um jogo mental para definir o saber e a proficiência do pesquisado. Parece-me que sempre foi usado, e lembro uma passagem com Pedro 1º de Castela, que deixou o seu nome gravado na Espanha como – O Justiceiro.

Conta a lenda espanhola que o Rei para indicar um juiz prudente e sensato (coisa que tem faltado no Brasil, infelizmente), fez os candidatos ao cargo passarem diante de uma mesa sobre a qual colocara uma laranja; e apontando para a fruta fez uma pergunta genérica: – “O que é isto?”.

– “Uma laranja”, respondeu o primeiro, observação seguida por mais meia dúzia de conseguintes; e houve ainda outros mais afirmando ser uma laranja; quase no final da fila, um deles pediu licença para examinar mais de perto. Concedida a petição, aproximou-se e após uma volta pela mesa, declarou: – “Meia Laranja”. Pedro 1º havia partido a fruta na encenação, e nomeou o arguto pretendente para a Corte.

A História não se estende deixando-nos sem saber se o nomeado vestindo a toga julgou conforme a Lei; mas “mutatis mutandis. (com as devidas mudanças), uma coisa é certa: rareiam no Brasil os magistrados capazes de enxergar a meia laranja….

Por isso, em nome da verdade, o que existe entre nós como Justiça é consequência das prescrições constitucionais contidas na “democrática” Carta de 88, ampla, concedente, frouxa e leniente.

Nossa Constituição é um palavreado exuberante grito preso na garganta nos anos do silêncio ditatorial. Institui prodigamente os poderes republicanos; traz o Judiciário com liberdade de fazer Justiça, tal como vem funcionando. Daí temos assistido os absurdos das sentenças controversas, mesmo suspeitosas, em todas as instâncias judiciais e nos tribunais superiores.

Também reconhecemos com tristeza e revolta que este estorvo da Lei Magna não é uma exclusividade do Judiciário, pois se estende ao Legislativo e ao Executivo de onde se emite igualmente a falta de respeito com a Nação.

O Legislativo está sob o domínio “dos 300 picaretas do Congresso” assim referidos como tais por Lula da Silva, que depois como presidente terminou por se entregar e se misturar com eles, assumindo desse modo a qualificação criada por si próprio.

O seu oponente na desgraçada polarização, capitão Bolsonaro, foi um dos 300 picaretas na Câmara Federal, logicamente classificando-se assim também, com a mesma insanidade moral e desenvoltura. Sopesando estas duas figuras é inegável que se igualam pelo avesso, um se assumindo “de esquerda” e o outro, “de direita”.

De ambos, como se comportam, concluímos: Será que passariam num Quiz que lhes indagasse: “se três gatos, em três minutos, matam três ratos, em quanto tempo cem gatos matariam cem ratos?”.

Possivelmente não responderiam, mas certamente lamentariam, por compulsão, a morte dos ratos.

Marjorie Salu

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