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QUERIDOS PETS

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

Temos colegas no “X” que acham graça quando trocamos fotos e filmetes de gatos e cachorros que correm na Internet. Da minha parte vejo nestes “Pets” um dos complementos maravilhosos que a domesticação dos animais nos deu. Uso a palavra Pet, criticada pelos xenófobos antiamericanos, mas vencedora e generalizada entre nós.

É dicionarizada como substantivo masculino para designar animal de estimação; é curiosa a sua etimologia, emaranhada do latim para cá. Vem diretamente do inglês, mas teria sido herdada do francês “petit” que significa pequeno, e teria origem latina “petito/pittinus”.

Nos imperiais Estados Unidos a palavra Pet é consagrada; os franceses chamam de “animaux de compagnie”, que, em português, significa animais de companhia. No Brasil, adotou-se indiscutivelmente Pet, de onde se deriva Pet Shop, loja que vende produtos para animais.

Nossos indígenas têm para os bichinhos domésticos o nome de “Xerimbabo”, que em tupi significa “coisa muito querida”, este termo ainda é coloquial entre os habitantes dos estados do Norte; e o costume de tê-los familiarmente é sempre solicitado por crianças.

O politicamente correto, traz uma exceção no seu besteirol, adotando a expressão “Tutores” para o que antigamente chamávamos “Donos” dos xerimbabos…. Mas, por outro lado, trouxe a condenação para a domesticação de animais silvestres, uma idiotice nascida por falta de conhecimento do mundo.

Além dos cachorros e gatos que nos fazem companhia e que interagem conosco, é costume pelo mundo afora a criação de outros animais com a mesma finalidade; na África continental adotam avestruzes, camelos e cabras, em Madagascar, lêmures, na Ásia elefantes, cobras e macacos prego, na Austrália, kangurus, e, na China, pandas…

Na América central é comum criar-se camaleões e, por herança indígena, adotamos a companhia de alguns pássaros canoros, papagaios e saguis. Peixes de aquário estão presentes em todos os países; e o meu pai tinha uma estima especial por um jabuti que trouxe do Pará.

Quando morei em Natal, além de cachorros, gatos e papagaio, mantive e cuidava também de dois sapos cururus e um viveiro de mosquitos melíferos.

Considero a convivência com o animal de grande responsabilidade. Eles precisam de cuidados muito além da alimentação; devem ser observados como a melhor forma de resguardá-los de problemas com insetos, viroses e enfermidades. Meu filho  Henrique observou que um dos seus cachorros passou a beber muita água e levando-o à Clínica Veterinária, constatou-se que estava com diabetes….

Nos grandes centros, onde se goza de boa assistência médica especializada, aparecem problemas a corrigir. Por exemplo, criar cachorros em apartamentos é complicado, por que precisam necessariamente sair à rua e o cuidador deve recolher as suas fezes por educação. Vi numa Praça de São José da Costa Rica uma frase que mandei para a Prefeitura do Rio, mas fiquei sem resposta. É perfeita: “Ellos hacen por necessidad, usteds limpan por obligación”.

Com a minha mulher – que os adora – tutoramos dois gatos: Lennon e Ringo. Graças a observação deles, entendemos plenamente o porquê dos antigos egípcios os adorarem como deuses, e os celebramos Maomé por uma história que ouvi:

“O profeta estava em meditação e um gato se enroscou na manga de sua túnica e dormiu profundamente. Chegada a hora de rezar e Maomé cortou a manga com uma tesoura para não o acordar; como o gato pareceu sorrir-lhe, acariciou sua cabeça com a mão e concedeu-lhe o privilégio de somente cair sobre as próprias patas…”

Acho que quem não gosta de gato são aqueles que nunca os observaram. O poeta Ronsard deixou-nos um pensamento à reflexão: – “Os gatos são dotados de um espírito profético e os egípcios faziam muito bem divinizando-os”.

Ocorre conosco aqui em casa: quando um de nós, eu ou minha mulher adoecemos, sempre tem um que se aconchega na cama com o enfermo.

Marjorie Salu

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Marjorie Salu

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