Ainda ecoa nos meus ouvidos o refrão gritado pelas massas conduzidas pela militância petista: “Fora FMI!”. Aí veio a grande traição nacional, com Lula da Silva aderindo ao neoliberalismo, hoje até com exagero, dizendo: “Entre, FMI, a casa é sua…”.
Há os que considerem exagerados os ataques que faço à falta de caráter – político e outros – da pelegagem que chegou ao paraíso do poder por um estelionato eleitoral. Sim, foi mediante um artifício fraudulento que Lula chegou à Presidência da República, com promessas vãs, mentindo, enganando, iludindo, contrabandeando uma falsa ideologia socialista.
Lula da Silva, que atuava no movimento sindical como pelego da Volkswagen, cumpriu a tarefa de dar pretexto ao regime militar para a estratégia da transição política e, em troca, recebeu de presente um partido como parte da tática do general Golbery para anular a ação do movimento comunista após a abertura.
Reuniu muita gente, fruto do acasalamento de trotskistas com as pastorais católicas e apadrinhada por intelectuais obreiristas da USP. Com estes esperançosos de mudanças no sistema que dominava o país, formou uma militância disciplinada e agressiva.
O discurso que conquistou as massas foi roubado das campanhas históricas do Partidão e do movimento nacionalista, com palavras-de-ordem de preservação da soberania nacional, reforma agrária, defesa das riquezas naturais e, principalmente, de justiça social.
E hoje, passados oito anos de ocupação da administração pública, o que vemos? Primeiro, uma política populista imoral que mascara a pobreza absoluta e serve de moeda eleitoral; depois, uma bilionária propaganda, massiva e ruidosa, de mentiras repetidas e culto à personalidade do Presidente.
Isto explica a popularidade de Lula nas pesquisas e a apreciação do PT-governo, uma insensatez transitória que vigora enquanto a ficha não cai na consciências dos brasileiros. Para quem sabe ler e é bem informado, não é tão difícil assim, mas para os analfabetos (políticos ou não) é quase impossível enxergar a realidade.
E o exemplo mais objetivo é o que se vê nesse fantástico empréstimo de dinheiro ao FMI, enquanto se nega dinheiro para melhorar a educação, a saúde, a segurança, os transportes, e atender à parcela mais injustiçada e necessitada da sociedade, os aposentados e pensionistas.
Antes as bravatas do lulismo-petismo eram as promessas de um mundo melhor. Hoje é esta irracional decisão publicitária de emprestar dez bilhões de dólares ao FMI, mesmo sabendo que os enfermos morrem nas filas dos hospitais, faltam escolas para as crianças e presídios para os criminosos, que a economia produtiva precisa de crédito e de estradas.
Do “Fora FMI”, ao “Se achegue, FMI” vivemos um estágio dominado por uma meia dúzia de três ou quatro sabidos e a massa dos alienados da realidade. É a Era Lula, que imprime o mal-caratismo, a desonestidade e a indecência, retrato desprimoroso que se vê no Ministério, no Congresso Nacional e nas empresas estatais.
A Era Lula é a posse de uma mentira descarada, como nunca se viu neste país sem autoridade nem fiscalização. Quem tem olhos de ver, vê o tratamento recebido pelos flagelados das enchentes e das secas que se abatem sobre o território nacional, de Norte a Sul.
É também a Era da Permissividade, em que os antigos defensores dos direitos civis aceitam que se dê dinheiro brasileiro aos ditadores africanos, à Bolívia e ao Equador, e agora ao FMI. É a malfadada política neoliberal que dispensa impostos para os ricos, socorre bancos e montadoras, mas se nega a atender 8,1 milhões de aposentados e pensionistas.
Não sei não. Se um dia os aplicadores das pesquisas de opinião pública passarem, por acaso, lá em casa, digo que Lula é um falso e seu governo é péssimo. Este voto é por um “Fora o FMI” como resposta ao veto presidencial ao reajuste de 16,67% para os aposentados e pensionistas.
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