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PT fascista?

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br )

O fascismo chegou ao Brasil espelhando o fascismo italiano que surgiu como dissidência e reação ao movimento comunista internacional. Aqui, nasceu pelo acasalamento de anarco-sindicalistas e associações que reuniam artesãos e operários católicos organizados por inspiração da encíclica Rerum Novarum, do papa Leão 13.

Teve as suas primeiras atividades na década de 1920, manifestando-se em núcleos como a Ação Imperial Patrianovista Brasileira, Ação Social Brasileira, Legião Cruzeiro do Sul, Legião Cearense do Trabalho e Legião 3 de Outubro; e, chegando depois, o Partido Fascista Brasileiro e o Partido Nacional Sindicalista.

Essas estruturas políticas se unificaram e se projetaram graças à oratória convincente e culta do jornalista e escritor Plínio Salgado. Plínio participara da Semana de Arte Moderna e foi um dos fundadores do Movimento Verde-Amarelo, ao lado de notáveis intelectuais como Cândido Mota Filho, Cassiano Ricardo e Menotti del Picchia.

Conquistou a liderança do Movimento e fundou a Sociedade de Estudos Políticos (SEP), de caráter nitidamente nacionalista, antiliberal e anti-semita, cujo lema era Deus, Pátria e Família”. A SEP gerou a Ação Integralista Brasileira, partido político de âmbito federal.

A ideologia fascista conquistou a hegemonia na AIB após a vitória de Mussolini na Itália e se fortaleceu com a subida de Hitler ao poder, na Alemanha. O crescimento dos integralistas levou Plínio Salgado a ser candidato a presidente nas eleições convocadas por Getúlio Vargas para 1937.

No ano que seria das eleições, Getúlio Vargas deu o célebre golpe de Estado com apoio da AIB, por orientação recebida de Mussolini. Getúlio, com apoio do Exército e assentado nas oligarquias estaduais, implantou a ditadura e fechou a AIB, como fizera antes com a Aliança Nacional Libertadora, de esquerda. Plínio Salgado se exilou em Portugal.

O fascismo, porém, não morreu. É uma falsa ideologia sempre presente entre intelectuais marginalizados, pelegos sindicais e a camada social carente de consciência política. Ressuscitou no Brasil agregando um feixe heterogêneo de dissidentes do partido comunista, padres esquerdistas, intelectuais obreiristas, pelegos, stalinistas, trotskistas e os carreiristas de sempre.

Assim nasceu o Partido dos Trabalhadores, com as mesmas características do nacional socialismo, à imagem e semelhança dos “fascios” de Mussolini. Quais comparações? Pela origem na sua formação social, o centralismo organizativo e, sobretudo, uma liderança carismática.

Começa “por não ter uma formação democrática, estruturando-se à base do personalismo”, como escreveu o professor Alberto Aggio, da UNESP; tal como o Partido Nacional Fascista, na Itália, o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, a Falange Espanhola Tradicionalista e a União Nacional em Portugal. Mussolini, Hitler, Franco e Salazar tinham suas personalidades cultuadas como a alma dos seus partidos. No Brasil, uma professora da USP, disse certa vez que “quando Lula fala, uma luz se acende”, incentivando o culto à personalidade do chefe do Partido dos Trabalhadores.

Da mesma forma, cultuados foram e são, os “companheiros” do stalinismo. Fidel, em Cuba, Mao Tse-Tung, na China, Kim Jong Un, na Coréia do Norte, Pol Pot, da Cambodja, e o czar de todos os czares, Stálin, da antiga URSS.

Tudo o que os partidos fascistas e seus chefes fizeram, como se assiste aqui, tiveram uma capa de legalidade e se apoiavam em massiva propaganda junto aos seus povos…

Assim foi o PT, chegando ao poder por um estelionato eleitoral – quase um golpe. Assumindo, confundiu o partido e o Estado, cooptou os sindicatos e movimentos populares e acolheu no aparelho governamental a massa desprovida de consciência política e de classe, suscetível de servir aos seus interesses.

Governando o Brasil há onze anos, o PT, que se propunha ser um partido de novo tipo como dissidência e concorrente do Partido Comunista, propôs-se a derrubar os políticos oligarcas, o coronelato regional e a corrupção instituída por eles; mas aliou-se com os fantasmas do passado e se tornou um partido a serviço dos bancos e das empreiteiras, de onde tira apoio e arrecada dinheiro. Típico dos regimes fascistas.

Para se assumir fascista, o PT envenena ideologicamente sua militância com falsas promessas, e assume o projeto hegemônico de tornar-se um partido único no Brasil: submete o Legislativo, infiltra-se no Judiciário e nas Forças Armadas, desarma o povo e aparelha o Estado com seus partidários. Nesta clara marcha para o fascismo, tenta controlar os meios de comunicação.

O Brasil está às vésperas de barrar esta escalada através do voto, derrotando o Partido dos Trabalhadores e seu chefe supremo. Eles serão julgados nas eleições de outubro. Cabe ao povo brasileiro derrotá-los. E seja o que Deus quiser!

Miranda Sá

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