Um homem e uma mulher absolutamente brancos
Lá no fundo do guarda-sol vejo as prostitutas maravilhosas
Com trajes um pouco antiquados do lado da lanterna cor dos bosques
Levam a passear consigo um grande pedaço de papel estampado
Esse papel que não se pode ver sem que o coração se
nos aperte nos andares altos de uma casa em demolição
Ou uma concha de mármore branco caída no caminho
Ou um colar dessas argolas que se confundem atrás delas nos espelhos
O grande instinto da combustão conquista as ruas
onde elas caminham Direitas como flores queimadas
Com os olhos na distância levantando um vento de pedra
Enquanto imóveis se abismam no centro da voragem
Nada se iguala para mim ao sentido do seu pensamento desligado
A frescura do regato onde os sapatinhos delas
banham a sombra dos seus bicos
A realidade daqueles molhos de feno cortado onde desaparecem
Vejo os seus seios que abrem uma nesga de sol na noite profunda
E que se abaixam e se elevam a um ritmo
que é a única exacta medida da vida
Vejo os seus seios que são estrelas sobre as ondas
Seios onde chove para sempre o invisível leite azul.
André Breton
(tradução de Antônio Ramos Rosa)
O Poeta
Preocupado principalmente com a eliminação das barreiras existentes entre o sonho e a realidade, a razão e a loucura, André Breton tornou-se o principal mentor do movimento surrealista. Poeta francês, André Breton nasceu em Tinchebray em 18 de fevereiro de 1896. Por exigência da família, estudou medicina, mas sua vocação literária logo se impôs.
Durante a primeira guerra mundial foi designado para os serviços neuropsiquiátricos de um hospital, onde entrou em contato com a obra de Freud e se interessou pelo mundo do inconsciente. Mais tarde se ligou ao movimento dadaísta e em 1919 publicou o livro de poemas Mont de piété (Montepio), cuja violência verbal antecipava obras posteriores.
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