Minha alma tem o seu segredo
Tenho um mistério na alma e um segredo na vida:
Eterno amor que, num momento, apareceu.
Mal sem remédio, é dor que conservo escondida
E aquela que o inspirou nem sabe quem sou eu.
A seu lado serei sempre a sombra esquecida
De um pobre homem de quem ninguém se apercebeu.
E hei desse amor levar ao fim da humana lida,
Certo de que dei tudo e ele nada me deu.
E ela que Deus formou terna, pura e distante,
Passa sem perceber o murmúrio constante
Do amor que, a acompanhar-lhe os passos, seguirá.
Fiel ao dever que a fez tão fria quanto bela,
Perguntará, lendo estes versos cheios dela:
“Que mulher será esta?” E não compreenderá.
Felix Arvers
(São milhares de traduções, esta é de Olegário Mariano)
*Texto publicado em Letras e Artes, suplemento de A Manhã, Rio de Janeiro, 10-6-51 e no Jornal do Comércio, edição de 23-12-51.
O Poeta
Felix -Alexis Arvers, nasceu em Paris a 23 de julho de 1806, morreu em 7 de novembro de 1850, no hospital “Maison Municipale de Santé”, em Paris.
Arvers morreu esquecido e abandonado.
Abaixo a história desta obra literária universal.
Um poeta de 24 anos escreveu-o no álbum maravilhoso de uma jovem de 19 anos, comprometida e recatada, sem grande beleza, mas dotada de muita inteligência, graça e simplicidade, poetisa de alma iluminada, autora e intérprete de melodias colocadas em poemas de Victor Hugo, Alfred de Musset e Sainte-Beuve.
A afeição do poeta era imensa. E tão discreta que, pelo menos, aparentemente, passou despercebida à moça dos seus sonhos. Ao mesmo tempo feliz e desventuroso, subiu, como uma estrela divina, ao céu azul da imortalidade, o amor sem esperança de um cantor por sua Musa.
Quem era Marie Nodier, a Musa de Arvers?
Clique aqui para ler na íntegra.
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