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Pau-de-sebo

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Escrito nas últimas horas em que estive longe da Pátria querida, vendo pelas lentes do exterior a realidade do País.

Numa adesão explícita ao neoliberalismo, Dilma passou as mãos na areia da ortodoxia econômica de Joaquim Levy diante do pau ensebado pelo pelego fingidor Guido Mantega. Nova tentativa de subir, mas descendo hilariantemente…

Lembra-me o pau-de-sebo, folguedo popular de origem religiosa nas festas tradicionais que reverenciam os santos padroeiros em eventos que ainda subsistem no interior do país.

Ergue-se em frente à igreja um mastro roliço, generosamente untado de sebo, com uma bandeira simbólica no topo tendo abaixo amarradas prendas. São frutas, garrafas de vinho, doces e até dinheiro, prêmios a quem alcançá-los enfrentando a dificuldade de subir.

O pau-de-sebo faz parte das brincadeiras populares como quebra-pote, trança-fita, pescaria, cadeia e correio. Quando é São João ergue-se as fogueiras e em torno delas tem também casamento na roça e dança de quadrilha.

Na Semiótica – a ciência dos signos e da semiose que estuda os fenômenos culturais, assim como na computação gráfica, encontramos as variações de subida e descida como se mostrassem um pau-de-sebo…

Para produzir definições e demonstrações em termos matemáticos, infográficos trocam em miúdos resultados, popularizando-os. Aparecem freqüentemente nos jornais e revistas, e ilustram com animações, os programas da televisão.

Nessas análises gráficas vemos o fracasso do PT-governo, apesar dos meios desonestos para escondê-los. É um pau-de-sebo erguido nos efeitos especiais da propaganda governamental, que chamamos de ‘maquiagem’, como nas cínicas ‘pedaladas’ que atropelam a legislação.

Na verdade, sobe a inflação descontrolada, enquanto desce a credibilidade do empresariado nos rumos da economia. Sobem os juros, os preços dos combustíveis, taxas de energia, aluguéis, transporte coletivo; desce a confiança do povo no PT-governo.

Para ‘reajustar’ a economia, sobe a imoralidade do varejo político para compra de apoio no Congresso; e desce o sentido das relações democráticas e republicanas entre os poderes Executivo e Legislativo.

Com a ideologização da política externa, sobe o descrédito no Itamaraty, coordenado por um comissário do partido no poder, e desce o respeito que o Brasil ocupava no concerto das nações. O favorecimento às ditaduras, política e economicamente, isola o País dos importantes acordos internacionais.

Sobem as ameaças de golpe bolivariano ‘à la Venezuela’, visando o controle dos meios de comunicação e a livre expressão do pensamento; e desce a esperança de banir as fraudes eleitorais, com urnas eletrônicas violáveis e apuração secreta dos votos.

Os brasileiros veem que não é necessário chegar à altura dos prêmios para abiscoitá-los. O dinheiro sobra nos achaques e nas propinas, enriquecendo os pelegos e seus familiares, descendo dessa maneira ao solo, a consideração pelas oligarquias ideológicas dominantes.

O Brasil da pelegagem vive uma festiva irresponsabilidade, com pescarias e quadrilhas que aparelharam a administração pública, roubaram a Petrobras, assaltaram os fundos de pensão e usaram gastos sob o carimbo inexplicável do segredo.

Assim, sobe o medo da população esclarecida, ao assistir as tropas lulo-petistas avançarem para a ocupação do STF com mais um dos seus agentes. Felizmente, desce a bandeira vermelha do perigo que paira sobre a Nação.

É a resistência popular nas ruas que faz subir os protestos, hasteando o áureo verde pendão da esperança. Transformará o pau-de-sebo da inconsequente ação totalitária do PT em lenha de fogueira para aquecer a liberdade, a justiça social e o desenvolvimento da nossa Pátria.

Miranda Sá

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