Na minha adolescência tive um professor de português que nas suas dissertações disse um dia que as palavras nascem, adoecem e morrem como ocorre com as pessoas; agitam-se, alegram-se, entediam-se, esmorecem, congelam-se e desaparecem. Algumas escapam milagrosamente, saem da UTI e voltam a circular…
A civilização vista pelo nosso epigrafado, Beckett – intelectual irlandês, criador do “Teatro do Absurdo” e ganhador do Prêmio Nobel, inculcou-lhe a tese de que “somos criados por palavras que não vêm de nós, e não temos escolha…”
Nestes dias em que vivemos constato que tinha razão meu professor e também Beckett. As palavras regem a vida social. Nascem inesperadamente, desfilam nas passarelas da comunicação, enquanto outras são enterradas pela memória coletiva!
Desapareceu do vocabulário da política, por exemplo, a palavra “honradez” e o seu sinônimo “probidade”. Os carreiristas e oportunistas infiltrados na representação popular baniram o seu uso no comportamento e até nos discursos.
“Honradez” teve um enterro sem choro nem vela após a ascensão da pelegagem lulo-petista, que afastou da manifestação verbal a “castidade”, a “virgindade” e o “pudor”, através do amoralismo que inundou a sociedade com a adoção da libertinagem…
Também não mais se ouve falar de “Educação”, substituindo a vocação para o ensino pela agitação doutrinária promovida pelo PT-governo e o totalitarismo descompromissado com o futuro das novas gerações e o respeito à Pátria.
Apesar de estarem hospitalizados, às vezes nos lembramos e visitamos, para cobrar das autoridades, a palavra “ética” e o vocábulo “trabalho”, esquecidos na imposição do “politicamente correto” do partidarismo e das esmolas sociais…
Nos corredores da notícia, requebrando-se no samba da corrupção reinante no País e provocando a nossa indignação assistimos o bloco da roubalheira nos termos de “delação”, “propina” e “impunidade” participantes da falsidade ideológica do “ativismo”, “fanatismo” e “terrorismo”.
Neste “avesso carnaval” reina a palavra “Poder”, com soberba e arrogância. Os que usam esta fantasia deveriam conhecer uma passagem atribuída a Canuto, rei da Noruega, que estava à beira-mar quando dele se aproximou o embaixador da Alemanha para apresentar-lhe as credenciais. O alemão iniciou seu discurso com louvaminhas, dizendo: – “Vós que sois um rei poderoso…”
Canuto não o deixou concluir a frase; encaminhou-se para o quebra-mar e gritou para as ondas: – “Proíbo-lhes que me molhem! ” Mas logo veio uma vaga mais forte se derramou sobre ele que, se voltando para o embaixador, disse: – “Vedes? Se eu fosse poderoso o mar me obedeceria…”
Creio que neste capítulo da história viking, as águas do Mar do Norte coloriam-se naquele Verão do atraente verde que que nos lembra uma palavra imortal, “Esperança”, que os brasileiros mantêm ao ver a sua Pátria sufocada no atoleiro da pelegagem, da desordem, da incompetência e da corrupção que o lulo-petismo impôs.
É esta esperança que nos faz convocar o nosso povo para ganhar as ruas no dia 31 de julho, defendendo a República livre da decomposição dos poderes imposta pela organização criminosa chefiada por Lula da Silva, ainda solto por leniência do Supremo Tribunal Federal.
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