Entre as desgraças contidas na Caixa de Pandora que a irresponsável soltou para o mundo por curiosidade, possivelmente estariam os crimes contra a honra contidos no direito positivo: calúnia, difamação e injúria.
Shakespeare nos legou a certeza disto, mostrando a cólera de Otelo pela calúnia lançada contra Desdêmona, reafirmando em Hamlet com a observação sobre a inevitabilidade desta desgraça.
Agora, na Era da Informática, é o computador que traz as adversidades contra a pessoa, multiplicando injúrias, difamações e calúnias com a vestimenta inglesa das fake news, as miseráveis notícias falsas produzidas por mentes perversas de terroristas e dementes.
Este desvario tem sido motivo de muitos estudos, pesquisa e produção de teses acadêmicas, pois encerra um tema cruel e impiedoso para o ser humano. Li, há muitos anos atrás uma parábola que lembra simplesmente a imposição acusatória contar o outro: É de Saadi de Xiraz, um dos três maiores escritores da literatura persa.
Fizeram a ele, autor do “Jardim das Rosas”, a pergunta: – “Se estivesses a sós com uma mulher deslumbrante em todos os sentidos, resistirias a tentação da amá-la?”.
– “Talvez suportasse” – respondeu – “mas ninguém acreditaria, pois é mais fácil resistir à tentação do que à calúnia”. Graças às fake news, a contaminação da opinião alheia foi ampliada. O contêiner das mentiras vem cheio calúnias, difamações e injúrias influenciando o entendimento e a análise dos fatos.
Na política brasileira estes males são uma mancha indelével, funcionam como metralhadora giratória mandando balas perdidas para todos lados; e, no cenário mundial, apresenta-se com uma insensibilidade gigantesca, através da mídia controlada pelo complexo Industrial Militar do Império Norte-Americano.
É o que vemos na Europa sobre situação russo-craniana e a seguir, também no Oriente Médio, na guerra injusta travada entre Israel e o Hamas.
Confesso-me blindado contra a artilharia dos enganos, fraudes e ludibrio que a mídia dispara. Por isto me abstenho de tomar partido por qualquer dos lados, exceto para condenar a influência imperialista e defender a paz.
Entristece-me é ver nomes conhecidos do jornalismo tornarem-se mercenários dos instigadores de guerras, deslizando no óleo derramado pelo Império em decadência entregue à comercialização da morte.
Quanto ao cenário brasileiro, as tramas malévolas, as alianças espúrias, os discursos de ódio e as repetidas fraudes, temos um quadro nefasto que faz as pessoas de bem desistirem de participar na política; por isto, apelo para não o façam, seguindo o conselho de Brecht: “Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem”.
Da minha parte, mantenho-me firme na luta contra a farsa da polarização entre a direita reacionária bolsonarista e os populistas da esquerda lulopetista. Tenho um amigo que estranhou a continuidade desta ação incansável e me mandou descansar.
A este velho camarada e também a quem interessar possa, respondo que se abandonasse este combate, prestaria um favor aos polarizadores corruptos e negacionistas, e não teria mais que estudar nem escrever. Entregar-me-ia de mão beijada aos inimigos da nossa Pátria.
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