Todo sistema político em decadência, por ironia do destino (e, parece, um estratagema da História) ensurdece e cega os ocupantes do poder. Na aproximação do fim, não se dão conta disso e fazem festa…
Assim ocorreu quando o império romano decaiu: Seus banquetes são descritos em vários depoimentos: conjuntos musicais com liras, tambores egípcios ou castanholas orientais, animavam os convivas; e à mesa servia-se iguarias, línguas de passarinho. E depois, todos se acomodavam nos ‘tricliniuns’, para assistir a exibição dos balés exóticos e eróticos, dando início às orgias.
Na corte francesa do tempo de Luis XVI, às vésperas da queda da Bastilha, os divertimentos eram diários. Sua mulher, a rainha Maria Antonieta, amava os bailes de máscara, onde participavam convidadas plebéias, favoritas da nobreza.
Este ambiente festivo era tão alienado que quando uma multidão invadiu as Tulherias –jardins do Palácio de Versalhes – Antonieta perguntou o que a multidão queria; responderam-lhe que pediam pão. Ela, no seu alheamento, disse que se faltavam pães, porque não lhe davam brioches…
Tais circunstâncias ocorreram no Brasil, nos fins da monarquia. O Rio de Janeiro assistia a agitação carnavalesca da nobreza. Os salões da Ilha Fiscal eram cenário de luxo e ostentação. Uma das reuniões dançantes, em outubro de 1889, realizou-se em homenagem a oficiais da marinha chilena, cuja capitânia estava ancorada na Baía da Guanabara. Calcula-se em mais de 4.000 convidados e se gastou cerca de 250 contos de réis.
Enquanto os convidados chegavam, oficiais republicanos do Exército e da Marinha reuniam-se no Clube Militar, conspiravam para a derrubada do Império, o que aconteceu, um mês depois, em 15 de novembro, com a proclamação da República.
O desmoronamento do PT-governo começa com a irresponsável demagogia populista da presidente Dilma no dia 1º de maio, onerando os cofres públicos em mais de R$8 bilhões na ânsia de se reeleger.
No seu pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, apresentou um País das Maravilhas, prometendo melhorar ainda mais. Mas omitiu o banquete da corrupção, cujo prato principal é o caso da Refinaria de Pasadena, no mínimo, um dos piores negócios feitos pela estatal e suspeitosamente, uma roubalheira extravagante. O Brasil, com isto, teve um prejuízo de US$1 bilhão.
No banquete lulo-petista, serviu-se como canapés as propinas pagas pela holandesa SBM Offshore a altos funcionários da Petrobras que teriam recebidos mais ou menos US$ 139 milhões, para ‘facilidades’.
Ainda como petisco, o ajantarado da patota governista degustou o caso da Sociedade Geminio, uma associação dolosa entre a Petrobras, imposto aos cotistas da empresa com ajuda de poderoso tráfico de influência de cima para baixo.
O imprevisto hors d’oeuvre, a compra da Refinaria de Nansei Sekiyu em Okinawa, Japão, com 87,5% das ações compradas pela Petrobras em 2008 por pouco mais de US$ 50 milhões, e os restantes 12,5% adquiridos dois anos depois com claro dano para a estatal. E, na mistura, a venda de metade das ações da Petrobras Argentina, a Pesa, uma suspeitíssima e prejudicial transação fechada com um amigo da presidente Cristina Kirchner.
A sobremesa fornecida, é uma doçura para os que não mais suporta os desmandos do PT-governo: Investigações do Tribunal de Contas da União, da Polícia Federal e do Ministério Público, que encerrará o festival de corrupção que assola o País.
Assim, como no fim do império romano e do reinado dos luíses na França, o povo brasileiro assiste, com Pasadena e seus acepipes corruptos, o último baile do PT-governo. Para apressar o fim, exigimos a imediata investigação da CPI da Petrobras.
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