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MARGEM DE ERRO

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br )

Nos meus primeiros anos de curso universitário corria uma anedota que nos fazia rir, embora tragicômica: “Um jovem diplomata nomeado para servir na Bolívia, lá chegando foi a uma recepção palaciana onde foi anunciada a presença do ministro da Marinha. Inexperiente, cometeu a gafe de comentar com um colega boliviano: – ‘Como é que aqui tem um Ministério da Marinha, se não tem mar?”. Então recebeu uma resposta contundente – ‘…E vocês no Brasil não têm um Ministério da Justiça?’”.

A piada ficou atual com o Brasil entregue à sanha do PT revoltando as pessoas decentes deste país. E piorou muito, agira, ao se tomar conhecimento de que o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, reuniu-se com os advogados dos executivos de empreiteiras presos pela Operação Lava Jato.

Não se sabe por quê, nem para quê. Pela margem de erro, muitos acreditam que é o afã dos petistas para salvar a presidente Dilma do envolvimento no esquema de roubalheira da Petrobras. Todos sabemos que ela, no mínimo minimorum, foi omissa no escandaloso assalto à Petrobras.

Das eleições para cá – com o descarado estelionato, as suspeitíssimas urnas eletrônicas, e, ainda mais, diante das duvidosas apurações feitas pela Smartmatics, empresa venezuelana ligada ao chavismo, restou uma coisa gravada nas cabeças pensantes: “a margem de erro”.

Trata-se de uma criação ardilosa do Ibope, instituto de pesquisas solicitadíssimo por ser responsável pelo aferimento da audiência da televisão, indispensável às agências de publicidade. Apesar da verdade se comprovar por meios tecnológicos e no dia-a-dia, os contratantes políticos de pesquisas querem ver os resultados em conformidade com seu marketing.

Assim, margem de erro foi usada como defesa antecipada na manipulação de números para influenciar o eleitorado. E terminou como todos constatamos: nem mesmo os executores dos censos eleitorais confiaram neles…

Dessa maneira foi oficializada a margem de erro, entre oito e 80, e pode ser usada sem preocupação, nas análises política e econômica… E o que temos? Se o Ministro da Justiça age em consonância com criminosos, é preciso muita margem de erro para não admitir que faça pior os administradores públicos do mesmo partido e com as mesmas intenções!

Não é por acaso que o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, doutor Joaquim Barbosa, peça a demissão de José Eduardo Cardozo. Trata-se de um estímulo à cidadania, partindo de uma pessoa que pôs na cadeia a alta hierarquia do Partido dos Trabalhadores no caso do Mensalão. E demonstra coragem, sem margem de erro…

Como Barbosa, todos os que resistem ao governo corrupto, devem exigir o afastamento imediato do Ministro flagrado em conluio com advogados de bandidos. E apelar para que os que se assumem como líderes da oposição partidária deixem o veraneio nas praias e nas montanhas (ou talvez os passeios no estrangeiro) para assumir, na prática, o que pregam nos seus discursos.

Em defesa do Brasil até os blocos de carnaval fizeram críticas jocosas e denúncias contundentes contra a roubalheira generalizada. Encerrado o Tríduo Momesco (que dura semanas) chegamos a hora da verdade, sem máscaras.

Após a quarta-feira de cinzas vamos mobilizar o povo para ocupar as ruas e praças no dia 15 de novembro, reivindicando imediato afastamento de Cardozo, e, de lambujem, lembrar à presidente Dilma que assuma a sua incompetência. A Quaresma será de reflexão e de ação: vamos ao impeachment!

Miranda Sá

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